sábado, 28 de junho de 2014

Construtores


Os seres humanos são construtores por natureza. Quando me refiro à construção, me refiro a todo tipo de obra. Em um contexto além das construções materiais. Me refiro, também, às construções metafísicas: A construção filosófica a do pensamento; A construção científica do conhecimento; A construção alquímica do ser; A construção social da realidade. Assim nos tornamos quem somos. Assim construímos o mundo de hoje e estamos construindo o mundo de amanhã. Desde as teorias, os conceitos e as hipóteses, à prática cotidiana e à confirmação das mais distintas teses. Enfim, somos os reais construtores do mundo em que vivemos. E, como espíritos, somos os reais construtores do ser humano.

J.P.D.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Existência


Apesar da grande maioria dos homens preferir conceitos prontos sobre o cosmos, resolvemos criar o nosso. Cada um adquire o entendimento de acordo com as experiências que vive. No universo da existência coexiste o que se encontra dentro e fora de outros espaços. É neste infinito que nascemos, crescemos e vivemos eternamente. Além da humanidade. Além do ciclo vital dos astros. Aqui cabem as nações, as linhas, os sóis, os planetas, as luas e as estrelas. Da mesma forma que o azul e o vermelho se encontram no branco. Somos a comunhão do tudo e do nada. Da matéria e do vácuo. Do pensamento consciente e dos sentidos complexos.

J.P.D.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Singulares


No decorrer dos séculos, conhecemos a história de espíritos iluminados que ajudaram a mudar o mundo. Mestres avatares criadores de caminhos próprios. Seres singulares que lançaram novas verdades. Assim como formas diferentes de perceber o poder superior, o semelhante e a criação. Bem além das religiões e das filosofias; Da ciência e da mitologia; Das linhas de pensamento e correntes ideológicas. Seres inovadores. Com os quais aprendemos a nos tornar quem somos. O que nos prova que o segredo da singularidade está na legitimação de algo inovador.  Emergimos o novo, quando ousamos ir além do que nos precede, incorporando-o em criação. Neste sentido, somos únicos, quando percorremos o caminho que construímos.

J.P.D.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Espíritos


A experiência humana é, sobretudo, uma provação ao espírito. Percebo que somos, antes de tudo, espíritos passando pela experiência humana, em vez de humanos em experiência espiritual. Falo, neste sentido, pois somos seres espirituais desde antes de passarmos pela vivência carnal. Da mesma forma, somos durante e depois. Comungamos, no espírito que somos, as experiências e vivências de eras remotas. Trazendo, conosco, os códigos, segredos e a essência do cosmos. De forma decodificada e criptografada. Imersos no pensar, no sentir e no agir. Somos a manifestação de um universo vivo. A conexão entre a metafísica e a matéria. Como os pensamentos em ondas cerebrais e os sentimentos em coração pulsante.

J.P.D.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Determinação


Ser repetitivo, em alguns casos, é sinal de determinação. Quando se quer algo, é essencial que frisemos o objetivo diariamente. Observar o contexto em que viemos, fortalecidos pelas experiências as quais passamos, focar no horizonte e trilhar o caminho. Em uma longa caminhada, cada passo dado é um passo mais próximo da meta. É como a construção de um castelo, de uma ponte, de uma estrada, de uma cidade ou de uma nação inteira. Cada pedra assentada sobre o fundamento soma-se à composição da obra por completo.

Ser repetitivo, por vezes, incomoda aqueles que desconhecem as reais intenções do mago, mestre e guerreiro. Nossas reais experiências e motivos. Mas, a tudo há um porque. Focar significa acordar, diariamente, determinado ao cumprimento das rotinas que escolhemos ao nosso dia. Constantemente nos percebemos fazendo as mesmas coisas. Frequentemente, se faz necessário refletir sobre os mesmos aspectos, assuntos e pontos de vista, até que estejam bem claros e incorporados em nosso espírito. Mesmo que, em cada versão recriada, continuemos na mesma direção, porém com repertórios diferentes.

Quando sabemos o que queremos, e o que precisamos fazer para alcançar a realização completa, os desafios diários se tornam ferramentas de fortalecimento e construção do ser e da realidade. Assumir um caminho é uma forma de legitimar-se. Manter o discurso, e sustentá-lo na prática, é um sinal da certeza de estar se movimentando na direção certa. Ser repetitivo, nas coisas boas e no caminho certo, é mover-se continuamente no sentido evolutivo. Mesmo que recriando, reinventando e incorporando, novas formas de pensar, sentir e ver o mundo. Clicar na mesma tecla, em sã consciência, significa dizer: 'Continuemos em frente!'

J.P.D.

domingo, 22 de junho de 2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Controle os desejos - ( Contos de Paz )


CONTROLE OS DESEJOS
( Da Série Contos de Paz )


Chegou uma moça no terreiro, consultar com o Babá, e questionou: 'Não sei o que está acontecendo. Tem algo errado. O marido está com o cavalo nas costas. E o filho, comido no rabo'

O Babá respondeu: 'O problema é que eles lhe aceitaram'

A moça retrucou: 'Mas sou uma pessoa correta e fiel'

O Babá levantou-se, olhou em seus olhos, pôs a mão em seu ombro e disse: 'Fiel até por ali. Outono passado você bateu um siririca pro Brad Pit'.

Moral da história. Seja vigilante em seus pensamentos e desejos. E confie apenas em Deus ! kkkkk

J.P.D.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mestre Guerreiro ( Contos de Paz )


MESTRE GUERREIRO EM COMUNHÃO TOTAL
( Da série Contos de Paz )

O Guerreiro perguntou ao Mestre: 'Qual a situação?'

Respondeu o Mestre: 'Lhe deram duas opções. A primeira opção é você se julgar pai, pedindo tudo por cima, montado sobre o adversário, se sentindo um tanto grande e forte. Assim serás enterrado como cavalo. A segunda opção é você se julgar justo. Se retirar de algum lugar, exigir mais do que tudo e ficar por cima do ar durante um tempo. Assim serás enrabado em seu lado fraco e devolvido à terra quando pedir pra voltar'

O Gerreiro retrucou: 'Estas duas entidades, conheço desde guri. Trabalho ambas em comunhão. E no encontro das linhas, Somos Um. Desta forma, acho melhor continuar sendo guerreiro. Pois assim, Sou O Que Sou'.

'Sábia decisão' - Completou o Mestre - 'Contudo, evite sentir-se o vermelho sem os outros. Pois, se o fizer, em algum momento, poderá lhe sobrar nem isso. Eis um conselho de quem conhece o resultado e cometeu erros mais graves antes de encontrar o caminho certo'.

No caminho certo, e alerta, o guerreiro sentiu-se pronto pra vencer o desafio.

J.P.D.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Transcender



A jornada evolutiva implica um ciclo de aprendizagem. Enfrentar desafios. Superar obstáculos. Compreender as forças que regem o mundo. Praticar a magia. Transcender na alquimia. Construir a realidade. Recriar e legitimar a identidade. Multiplicar os dons do espírito. Compartilhar os frutos do esforço. Participar da comunhão cósmica. Integrar o universo infinito. Assimilar os segredos divinos. Cear no poder superior. Conquistar a liberdade eterna.

J.P.D.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Vamos Vamos Brasil !



Dentro de algumas horas, a grande maioria dos brasileiros estará assistindo a partida em que a seleção brasileira enfrenta a seleção mexicana. Como todo o brasileiro, gostaria de estar no estádio, ou em frente a televisão, acompanhando o jogo. Contudo, como estou servindo o país nos jogos sediados no Beira Rio em Porto Alegre, nesta terça-feira, na hora do jogo estarei trabalhando na contabilidade das bebidas a serem comercializadas no jogo de quarta-feira. Mesmo assim, registro nesta postagem, a torcida e o desejo de que nossa seleção vença esta partida. Farei o possível pra estar acompanhando o jogo pelo rádio e no celular. Vamos Vamos Brasil. Queremos o Hexa !

J.P.D.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Materializando


O processo de virtualização ocorre em tempo simultâneo ao processo de realização. Ambos se complementam. E consistem, respectivamente, em virtualizar o real e realizar o virtual. É um processo contínuo. Em que se mentaliza, idealiza, planeja e projeta. Para que assim se possa materializar e concretizar desejos.

Como em um plano estratégico de marketing. Existem metas a serem alcançadas. Uma estratégia definida. Um caminho idealizado. O qual precisa ser percorrido para que resultados possam ser mensurados, avaliados e compreendidos, ao ponto de influenciarem a formulação de novos planos, projetos e realizações.

Virtualizar e materializar são etapas que consistem em imaginar algo e construir um caminho que proporcione a conquista de cada meta e objetivo. Virtualizar e realizar são partes integrantes do processo evolutivo. Equações químicas e biológicas. Muito além da física quântica e da matemática. Pura magia e alquimia.

J.P.D.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

O que é o virtual ?


Apresentação Power Point sobre a obra de Pierre Lévy: 'O que é o virtual ?' Por Juliano Dornelles. Mestrando e Pesquisador em Comunicação Social.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Fan Fest - Copa do Mundo ( Fotos )


Fan Fest da Copa do Mundo, no Anfiteatro Pôr do Sol em Porto Alegre, no dia da abertura da copa. As fotos foram registradas pelo blogger Juliano Dornelles, uma hora antes da partida entre Brasil e Croácia, na quinta-feira, dia doze de junho de 2014.

J.P.D.

Emoção em sintonia


Dentro de algumas horas, inicia a Copa do Mundo no Brasil. Teremos a oportunidade de conquistar o título em casa. Somos milhões de brasileiros unidos pelo mesmo sonho. Torcendo com amor e devoção. Enquanto o mundo foca os olhares nas arenas que serão o palco desta que é uma das maiores festas do esporte, e a mais importante competição do futebol, no mundo. Durante o jogo, as ruas das cidades estarão em silêncio até o primeiro grito de gol. Dentro das casas, nos bares e nos palcos armados ao evento, o brasileiro apega-se àquela que é uma de suas maiores paixões. No Brasil, o futebol é uma religião que une o povo em comunhão. Os corações batem em sintonia. Compartilhamos a mesma emoção e a mesma alegria.

J.P.D.

Copa do Mundo no Brasil - Tabela da 1ª Fase !




terça-feira, 10 de junho de 2014

Conquistar o mundo


Muitos mitos nasceram de histórias contadas de pais pra filhos. Transmitidas através das gerações. Legitimadas pela fé dos homens que experimentaram viver a vida dos mártires. Conduzindo, assim, a história das nações. O Egito antigo, a Índia, a Grécia, o Império Romano, os Astecas, Mais e Incas. Assim, como inúmeros outros povos espalhados pelo mundo, tiveram seu momento épico. A ascensão cultural e material destas nações se deu juntamente do apogeu religioso. Quanto mais se oravam aos deuses, mais tais nações triunfavam belicamente e economicamente. 

Hoje vivemos momentos semelhantes. Os mártires e santos disputam território com deuses e personagens da ficção. Os homens se movem a partir da influência dos mitos, das lendas e do imaginário. Se, no oriente, temos o legado de Confúcio, Gengis Kan e Sun Tzu, no ocidente, vivemos a escola dos discípulos de Sócrates, Platão e Aristóteles. E antes que pareça desequilibrada a disputa entre o trio formado por um filósofo legislador, um desbravador sanguinário e um estrategista de guerra, frente a três filósofos pró-democracia, respiramos o ar rarefeito da resistência unificadora cristã.

Enquanto algumas nações privam-se da fé, optando por serem povos sem religião, vivemos o milagre da expansão da cultura afro-brasileira, do crescimento do espiritismo e da multiplicação das igrejas evangélicas. Ao mesmo tempo em que somos abastecidos pela cultura cinematográfica norte-americana. O cinema de Hollywood, os Heróis Marvel e os personagens Disney, por exemplo, complementam e reequilibram a eterna disputa real, imaginária e espiritual, entre o bem e o mal. Uma luta em que árabes, judeus e cristãos, estão no mesmo barco. A nós, ocidentais, resta orar aos deuses e aprender com os heróis.

J.P.D.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Virtualização


A virtualização é um fenômeno de duplicação do real. O material ganha agora uma versão imaterial. Na era do virtual, os espaços físicos começam a ser digitalizados. Da mesma forma que os ambientes de interação e armazenamento de dados. A memória se virtualiza e se estende. A inteligência artificial se constitui pela inteligência coletiva somada ao cálculo algorítmico programado e formatado pelas linguagens de programação. A presença midiática se torna uma forma de onipresença. A comunicação informática é incorporada pela mobilidade. Se torna ubíqua em uma espécie de materialização da telepatia mediada. A telepresença nos permite controlar objetos a distância. Enquanto as redes nos conectam além do tempo e do espaço.


J.P.D.

domingo, 8 de junho de 2014

Reflexões


RESPEITE OS MITOS

Toda vez que receber a benção de viver uma nova vida espiritual, guarde a anterior. O comércio do sagrado é uma ofensa aos deuses. Da mesma forma, devolver à terra, o que recebes da natureza, é uma ofensa aos céus. Se quiser o respeito dos mitos, lembre-se de respeitá-los.


AULA DE XADREZ

Ao jogar xadrez com um discípulo, me foi perguntado: 'Por que me ensinas sempre as mesmas jogadas?' - Explanei com clareza: 'Porque estas conheço e aprendi a vencer'


'Mas como vencê-las?' - Perguntou-me o discípulo - Respondi-lhe: 'Observe-me subir ao pódio e durante todo o caminho. Certamente entenderás o jogo'


ESPIRITUAL

A grandeza dos homens transcende graus, posses e títulos. Está na essência e nos valores humanos.

ALQUIMIA 

Com os erros, adquirimos a aprendizagem.

Com as derrotas, nos fortalecemos pra vencer.
Com a tristeza, aprendemos a valorizar a felicidade.


Jamais jogues fora uma barra de chumbo; 

Quando podes transformar em ouro!

J.P.D.

sábado, 7 de junho de 2014

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Autênticos


A definição de caminho absoluto é contraditório. Nem sempre o que é o ideal para alguns é também para outros. Principalmente quando se trata da fórmula mágica da felicidade. As pessoas têm valores próprios. Movem-se por coisas diferentes. O que faz o mundo ser heterogêneo e a coletividade, plural. Há caminhos pra todos os gostos e preferências. É isso que torna interessante o mundo cosmopolita. A pluralidade enriquece a sociedade. Seja ideológica, política, religiosa ou cultural. Ter acesso a outros modos de ver, perceber e sentir o mundo, nos proporciona maiores possibilidades de reflexão e escolha. São as diferenças que nos tornam autênticos, em um contexto de semelhança, num mundo onde se produz cada vez mais do mesmo.

J.P.D.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Grandeza dos Espíritos Eternos


A sociedade frequentemente assimila o ser humano pelos valores morais que possui. Honestidade, comprometimento, educação, respeito, conhecimento, ética e produtividade. Também somos avaliados pelo modo como nos apresentamos. A aparência, o vocabulário, o figurino, os gestos, a postura e a higiene. A inteligência age sobre estas e outras variantes. Mas ainda somos mensurados pela beleza, pelo porte físico, pelos graus, pelos títulos, pelos bens, pelas posses e pelo currículo. Pelo modo como lidamos com os outros. Pelo lado racional e pelo lado animal. Pelo carinho e pelo sexo. O fato é que tais características nos tornam quem somos. Contudo, precisamos entender que, dentre todas as qualidades, a que realmente importa, em um contexto de eternidade, é o domínio sobre o espírito. O quão somos capazes de recriar a si, transformar a realidade e evoluir. O quão somos capazes de conectar, comungar e interagir, com céu e a terra. O quão valorizamos o que somos e o que temos. O que realmente priorizamos e importa pra nós. Estas sim, são as propriedades que determinam a grandeza dos espíritos eternos.

J.P.D.



quarta-feira, 4 de junho de 2014

Bom Exemplo


Desde a infância buscamos referenciais. Os pais são a primeira referência da grande maioria dos seres humanos. Aprendemos a falar e caminhar de acordo com os exemplos recebidos em casa. Então, temos contato com as tecnologias: A televisão, o rádio, a internet, os videogames e os smart phones. Nestes dispositivos, e em outros meios, temos contato com personagens que habitam a memória na infância. As referências se tornam influências. Seja na ficção ou na realidade. 

Nos reunimos em família e entre amigos. Vamos à escola e a outros grupos de interação. Constituímos a linguagem de acordo com o vocabulário do qual temos acesso. Linguagem verbal, corporal e gestual. Assim somos influenciados pelos exemplos recebidos. Da mesma forma, agimos na adolescência e na vida adulta. Os ídolos do esporte, da música e do cinema. Os profissionais de sucesso no mundo do trabalho. O bom pai, o bom professor e os bons amigos. Estamos sempre buscando novas influências.

Abastecendo-nos de tudo o que possa ser construtivo. Ou prazeroso. Novos exemplos; Novos conhecimentos; Novos prazeres; Nova atitude. A transformação da realidade se dá com a mudança ideológica e cultural. Estabelecemos novos referenciais. Escolhemos novos caminhos. Construindo e reconstruindo a realidade. No fim, e desde o começo, boa parte do que somos é originária da decodificação que fizemos das influências tidas, ou escolhidas, como referenciais. Assim se torna determinante saber escolher os bons exemplos.


J.P.D.

terça-feira, 3 de junho de 2014

O Mestre e os Peregrinos



Vieram, três peregrinos, ao templo, pedir ajuda ao Mestre. Todos estavam arrependidos e queriam arrumar os erros cometidos. Porém, nenhum sabia que estavam prestes a desapropriarem-se de si mesmos e da própria identidade.

O mestre perguntou: 'O que fizeram de errado, para ter vindo aqui pedir ajuda?'

O primeiro assumiu ter utilizado um cavalo espiritual. Na verdade, um espírito da terra, em si mesmo. Do outro lado, o próprio descendente. Mesmo assim, teria sido, erradamente, reconhecido como cavaleiro branco. Contudo, quando foi cobrado, teria de carregar o cavalo nas costas pra salvar as próprias pernas. Arrependido, esquivou-se e pediu pra voltar.

O segundo assumiu ter agido conforme o cavalo vermelho de seus pensamentos. Atribuindo a si o título de 'Guerreiro sem os outros'. Constantemente, tratava as pessoas como animais. Imaginando-lhes com o 'eu subjetivo' nas costas. Pois era isso que ele aceitaria como retorno. Propondo-se a levantar tal espírito, se preciso. Contudo, quando foi cobrado, ao ponto de ser desapropriado de suas posses e conquistas, conforme fazia com os quais não sabiam se proteger, quando dizia tê-los visto 'sem algo ou alguém', esquivou-se e pediu pra voltar.

O terceiro assumiu ter jogado do lado de fora, daquilo que entendia como sendo o 'Lá espiritual'. Retirando-se dos adversários. Agindo erradamente ao tentar fazer justiça com as próprias mãos. Definindo os retornos alheios conforme o próprio interesse. Esquivando-se da lua, vestindo camiseta preta, mal sabia que estava sendo vigiado o tempo todo. Porém, quando foi cobrado, ao ponto de ser submetido à balança alheia, esquivou-se e pediu pra voltar.

Os três seres viventes, fizeram uso do comércio ilegal, quando cometeram o erro de tentar adquirir ou comercializar o que lhe era confidenciado em amostragem ou demonstração. Mesmo quando tais coisas estavam fora de negociação.

O mestre, que havia vivido as três vidas em um momento anterior, porém, livre de cometer os mesmos erros, surpreso com o apelo, pediu-lhes os retornos e deu-lhes o perdão. A volta de cada um, foi o caminho que encontraram pra continuar.

J.P.D.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Transformações Sociais


Nesta segunda-feira, dois de junho, resolvi materializar uma aparição formal no Seminário Internacional de Educação na UFRGS. Assim como fazem os deuses e os mitos, contudo, longe de ser um mito, na identidade de simples mestrando em comunicação, me apresentei no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atendendo ao convite do professor Juremir Machado, para assistir a palestra de Michel Maffesoli.

Maffesoli, filósofo e intelectual francês, abordou alguns temas importantes, no contexto do conhecimento coletivo e da juventude, nesta segunda década do séc. XXI.  Conforme ele, passamos de um modelo vertical a um modelo horizontal. Em que a participação de todos é mais importante que a hierarquia. (Me permito extrapolar algumas colocações, durante o texto).

De algum modo, precisamos ajustar o que está vivo e acontecendo, ao que já está estabelecido. O que realmente dá alma ao mundo. Porém, o fim do mundo não é o fim do mundo. Mas sim uma recriação cíclica, como uma espiral, onde alguns momentos do passado são retomados em novas versões. O paradigma é uma matriz que constitui a modernidade. A pré-modernidade e a pós-modernidade coexistentes.

Há uma prevalência do cognitivo. Uma comunhão entre razão e emoção; Corpo e espírito; Natureza e cultura; Um racionalismo; Uma sistematização filosófica da razão; Uma conexão entre momentos clássicos e barrocos. O passado e o futuro se encontrando no presente. Momentos pelos quais a época se recria.

O estruturalismo além do pecado. A lógica e a busca da perfeição. Uma refrigeração do mundo que necessita salvar aquilo que é o seu calor verdadeiro. O sangue quente. O lado animal do homem. O impulsivo sendo tomado pelo racional e lógico. Reduzindo os seres humanos a meros produtores e reprodutores.

O trabalho e a criação retomam o processo alquímico da materialização do imaginário. O Homo Eróticos emerge, racional e emocional, no plano das interações virtuais. Existem mutações na identidade do indivíduo. Mudanças na maneira de agir no mundo. E, consequentemente, transformações sociais. Onde é colocado um acento sobre a ética da existência.

A ética é o cimento a partir das emoções comuns. O pós-moderno se instala ao mesmo tempo em que há uma retomada do barroco. Dimensiona-se a importância da roupa, do culto ao corpo, da dietética e, sobretudo, da vaidade. Passamos do contrato de Russeu ao pacto. Além da lógica dialética. A teia da estética.

Se o indivíduo é indivisível, as pessoas são plurais. Há uma aproximação dos semelhantes. O cultivo dos espaços de pluralidade. Navegando no espaço virtual, desbravamos novos mundos. Em uma sinergia entre o arcaico e o tecnológico. Onde a tecnologia é uma figura emblemática. Dionisíaca.

Há uma cristalização Davinciana. Onde comunga o materialismo espiritual corpóreo e místico. A inteligência é provida de uma lógica conjuntiva. Em que estão presentes a cultura, o humanismo e as redes coletivas. A razão, as emoções e as paixões.

Este foram alguns temas e tópicos abordados por Maffesoli na palestra do Semináro. Aproveitei  a oportunidade e fiz algumas anotações; Embora soltas e desconexas. No fim da palestra, foi aberto espaço a três perguntas. Requisitei o microfone e coloquei  a questão:

“Se o homem é um indivíduo, dotado de identidade e subjetividade, imerso em um mundo heterogêneo e plural, comungando com este mundo em um processo de retroalimentação e apropriação, deixaria ele de assumir uma identidade, uma vez em que comunga vários mundos ao se tornar um universo; Comungando o outro e o mesmo; O igual, o diferente e o semelhante em um só ser complexo?”

Mafessoli colocou novamente que o indivíduo é indivisível, mas que a pessoa é provida de inúmeros personagens. Vim pra casa, refletindo durante o caminho, e me perguntado: “Quando nos permitimos comungar os semelhantes e os opostos, estaríamos nos desprovendo da possibilidade de assumir identidades? De outro lado, assumir uma identidade seria como limitar-se?"

Sendo o homem, um ser complexo, dotado de forças e fraquezas, do bem e do mal, de erros e acertos, assumir-se, uma coisa ou outra, poderia ser um erro? Será que Descartes estava certo? ‘Penso, logo existo’? Ou, como seres complexos e plurais, unificados em unidade, poderíamos dizer: 'Pensamos, logo existimos'?”

J.P.D.