quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cultura pra somar


Estava pensando na importância que o brasileiro dá à cultura popular em nosso país e percebi que apesar de todo lado positivo há também um lado preocupante. Mesmo sabendo que a cultura popular brasileira não se resume apenas ao samba, ao pagode,  ao funk, às telenovelas, ao carnaval e ao futebol, tomarei aqui estes exemplos como os principais dispositivos culturais de entretenimento em nosso país. E principalmente a necessidade de conciliação entre os deveres e o entretenimento.

O Brasil é reconhecido mundialmente como o inventor do samba. Depois do samba, surgiram outros gêneros igualmente brasileiros. O pagode e o funk são exemplos a serem citados. Este segundo estilo, o funk, apela, em alguns casos exageradamente, ao sexo. Mesmo assim seria um erro dizer que todo aquele que gosta de ouvir funk estaria exposto ao estímulo do sexo pelo puro prazer. O que não é crime (Mas sim muito prazeroso).  Apesar de ser tratado como um pecado capital quando consumido em demasia. O que a palavra cristã chama de 'luxúria'. Além de, por vezes, desvirtuar o romantismo.

Assim como o samba, o pagode e o funk, as telenovelas se apresentam como uma especialidade brasileira. Mercadoria cultural de exportação. Que ao longo dos anos preenche cada vez mais um papel de crônica social, uma vez que aborda os temas do cotidiano de nosso país e do mundo. Muitas vezes criticadas por abordar temas fortes como a prostituição, o preconceito racial, a dependência química, a infidelidade, a homossexualidade entre outros. Contudo, suas cenas, mesmo quando demasiadamente fortes, retratam cada vez melhor a nossa realidade. 

O carnaval entra nesta lista como a principal festa cultural em nosso país. Espaço de diversão e interação coletiva. Início de paixões e romances. Que em alguns casos duram apenas uma marcha e em outros duram longos anos. Onde escolas dão vida ao folclore. E os blocos fazem a alegria pular nas ruas e nos salões. Porém precisamos lembrar que a vida segue após o carnaval. E ao contrário do que muitos pensam, a vida não é uma festa. Mas sim uma oportunidade de desenvolvimento onde todos têm deveres a serem observados. Principalmente como cidadãos.

Pra completar o pacote cultural, impossível não falar de futebol. O futebol extrapola o território do esporte. No Brasil é visto como confraternização cultural. Em que amigos e familiares se reúnem na torcida e na defesa de seus times. Onde brota também a disputa e a competição saudável. Apesar de, em alguns casos, tal confraternização estar relacionada com o consumo de álcool; E quando impulsionada pelo fanatismo, gerar comportamentos agressivos entre torcidas rivais.

O principal, a ser levado em consideração, é que cada um destes eventos e produtos culturais; As festas de carnaval; O funk, o pagode e o samba; As confraternizações em torno das partidas de futebol; E as reuniões familiares em volta das telenovelas; Precisa ser conciliado com as obrigações de cada brasileiro. Com o trabalho,  a educação, a segurança , a saúde, etc

Quando há organização por parte do cidadão, o consumo de tais mercadorias culturais vem a somar. De outro lado, quando ocupa o lugar das obrigações pessoais, torna-se prejudicial. A cultura brasileira é saudável e alegre. Porém precisa ser consumida sem exageros. Observando que o progresso depende da ordem. E que a ordem implica conciliar e equilibrar a diversão e o entretenimento com a produtividade e o desenvolvimento. Precisamos atribuir a cada ato a sua devida importância. Neste equilíbrio, tudo vem pra somar positivamente.

J.P.D.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Salve o Fórum !


Estive hoje rapidamente no encontro dos Pontos de Cultura. Que ocorreu durante a tarde no Acampamento Intercontinental da Juventude. No Fórum Social Temático 2013. O encontro teve por finalidade abrir e dar continuidade a discussões que vão desde o respeito mútuo entre os povos, a inclusão, a educação e a promoção da cultura.

Apesar de não ser o ponto principal da discussão, o que mais me chamou a atenção foi a preocupação dos participantes com o interesse público pelo evento. Apesar da importância que tem em nível de desenvolvimento sustentável e promoção da cidadania e democracia, contou este ano com o cancelamento de shows e eventos culturais, além de uma baixo público e dezenas de tendas vazias.

Apesar da injeção de investimento no Fórum, o evento mostra-se desgastado. Uma vez em que perde um pouco a identidade inicial, onde os principais interagentes eram os movimentos sociais. Sendo que este ano o Fórum deu a palavra a políticos e governantes que, segundo os participantes mais antigos, aproveitaram para 'vender o seu peixe'. 

Isto tudo vem descaracterizando a proposta inicial do evento, que era de dar voz aos movimentos sociais (muitas vezes excluídos e marginalizados). Uma vez que inclui o poder político e organizações que, conforme colocado na ocasião, aproveitam a oportunidade para fazer publicidade de serviços e promover o interesse privado.

Resta-nos torcer para que o Fórum Social Temático retome a proposta inicial nas próximas edições. Promovendo a inclusão ao dar voz àqueles que, na maior parte do tempo, são deixados de fora das principais discussões políticas, sociais e culturais do país e do mundo. 

J.P.D.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Cidadania e Democracia


Seguidamente me pergunto se estou exercendo meu papel de cidadão. Na direção do desenvolvimento sustentável No compromisso com o bem comum. Promovendo a paz e a ordem. A inclusão social.  A promoção da igualdade. E a construção de um exemplo a ser seguido pelos demais indivíduos. E percebo que sozinho será muito difícil alcançar cada um destes objetivos.

A cidadania requer a inclusão do cidadão nos direitos de primeira e segunda geração. Civis, políticos e sociais. Desde a liberdade, a propriedade e a expressão; Até o acesso de todos  a tudo. Ao bem estar coletivo, ao trabalho digno, à educação de qualidade, à saúde, etc

Ser cidadão é acima de tudo estar comprometido com a inclusão. Como a responsabilidade social. Com o desenvolvimento coletivo sustentável. Apoiado no desenvolvimento pessoal. E na fraternidade que une os homens em organizações coletivas em torno de interesses comuns.

A cidadania, em uma democracia real, implica a capacidade dos cidadãos em se apropriar dos bens e oportunidades socialmente criados. Porém cada indivíduo, como cidadão, tem de ter a consciência de que a cidadania é inclusiva. 

Se a cidadania requer inclusão. E inclusão quer dizer 'não deixar ninguém de fora'. Precisamos lutar juntos ao invés de alimentar disputas políticas e de interesse privado. Pois a cidadania, e a democracia, são bens de direito coletivo. Neste contexto podemos dizer que o único caminho nesta direção é jogarmos do mesmo lado. E remarmos na mesma direção. Pois no fim das contas, estamos todos no mesmo barco.

J.P.D. 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Acordei no futuro



Era mais ou menos meia noite e meia. Desliguei o computador. Fiz a higiene bucal, Liguei o ventilador de teto. Apaguei as luzes. E em poucos minutos adormeci. Mas não para acordar no dia seguinte. E sim, três mil anos no futuro. 

O sol intenso e avermelhado bateu forte em meus olhos. Abri-os e percebi estar em outro território. Um território desconhecido. Estava em uma espécie de barraca de lona. Em uma região desértica. Olhei pela abertura e percebi que não estava só. Naves sobrevoavam o lugar. E criaturas estranhas, híbridos de mutantes e ciborgues, me vigiavam.

Em primeiro momento, fiquei apreensivo. Me acalmei ao notar que eles falavam a minha língua: 'Tudo bem, humano; Como foi a viagem?' - Perguntou um deles. Respondi com a mais óbvia das perguntas: - 'Onde estou?'

O ser humanoide que me questionava respondeu: 'Estás na Terra. No ano de 5.025 do seu calendário' - 'Como vim parar aqui' - Perguntei-lhe. 'Você viajou no tempo. No ano do qual você veio, houve um alinhamento do sol com o centro da galáxia. A data deste alinhamento aparecia no calendário Maia equivocadamente antecipada em doze meses. Alguns humanos chegaram até o nosso ano. Porém a grande maioria não suportou a viagem no tempo'.

'E quem são vocês'- Perguntei. 'Somos a evolução da espécie humana. O que os filósofos do seu tempo previam como o pós-humano. Fruto de mutações genéticas forjadas pela sua espécie'. Perguntei-lhes então se havia como voltar no tempo. O ser humanoide falou: 'Não há mais volta. Terás de seguir conosco. Em nossa nave'.

Assustado, perguntei-lhes: 'Que nave?' - 'A nave Terra' - Respondeu-me o pós-humano. E ainda disse: 'Gostaria que me acompanhasse até o nosso líder'. 'Ok' - Respondi-lhe.

Chegando até o senhor daquele povo, ouvi-o dizer: 'Seja bem vindo, humano. Tu és a chave às nossas perguntas'. A partir dali, percebi que enfim poderia ajudar alguém de algum modo. Porém ainda me perguntava como.

J.P.D.

domingo, 27 de janeiro de 2013

O sonho de um cronista ( passado a limpo )


Era mais ou menos uma e quarenta da madrugada e comecei a escrever este texto. Com caneta esferográfica tinta azul. No verso de um xérox  Deitado de bruços em minha cama. E me perguntei. 'Por que estou fazendo isto ?' Isto é o que chamo de 'sonho de um cronista'.

O sonho do cronista se torna realidade quando seu texto ganha vida. Suas idéias chegam ao leitor. E de algum modo despertam novos sentimentos. Revirando e organizando o pensamento. Germinando novas ideias. Ou relembrando antigos episódios. 

Então você poderia me perguntar quanto ganho com isso. Certamente lhe direi que faço por amor. E enquanto puder escrever o que quero, e do meu jeito, me sentirei motivado a fazê-lo.  De outra forma teria de ter uma motivação extra. Todo cronista sonha em ter sua própria coluna em grandes jornais. Muitas vezes tem sua produção direcionada a pautas e padrões distintos do seu natural. Obstáculo este que se torna prazeroso de ser transposto quando há uma oportunidade.

Imerso e sua crônica, o cronista entra na casa de seus leitores e espectadores. Revela-lhes o cotidiano com outros olhos. Por outros ângulos. Na situação que me encontro, busco na internet um espaço em que possa fazer estes ensaios. Encarando de forma profissional, apesar de também ser um hobby. Sei que há uma certa resistência da sociedade em ver atividades não remuneradas como trabalho. 

O que dizer daqueles que, como eu (em parte), cozinham, costuram, faxinam, limpam, lavam, passam, pintam e bordam. Simplesmente porque precisam. Ou porque gostam. Todas estas atividades, mesmo quando não remuneradas, ao meu ponto de vista, se enquadram como trabalho. 

O trabalho de um cronista consiste em tentar perceber e retratar o dia-a-dia. Fatos, causos e segredos ocultos. Pontos de vista. Olhares distintos. Caminhos alternativos. E algumas críticas sociais. O sonho de um cronista é encontrar um espaço para que possa comunicar o mundo aquilo que sente e percebe. Como todo trabalhador, luta para ter o seu trabalho reconhecido e recompensado. 

Talvez seja por isso que escrevo estas linhas. Exatamente a uma e quarenta da madrugada. Deitado de bruços em minha cama. Com caneta esferográfica tinta azul. No verso de um xérox. E no fim ainda me pergunto. Será este um sonho; Ou estou acordado ?

J.P.D. 

sábado, 26 de janeiro de 2013

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Vacina de que ?


Cotidianamente nos precavemos dos riscos e perigos urbanos. Olhamos pros dois lados ao atravessar a rua. Evitamos passar por becos escuros. Fechamos a janela do carro quando paramos pela sinaleira. Principalmente se houver algum malabares por ali. Nos vacinamos em época de epidemias. E constantemente estamos em busca de algo que nos garanta uma vida saudável e de qualidade. Apesar de todas as precauções com os fatores externos, precisamos nos precaver de nossos próprios impulsos. 

Use o cinto de segurança enquanto dirige. Se beber, não dirija. Use preservativos.  Evite aceitar bebida de estranhos. Estas são umas das recomendações mais comuns, dos pais aos filhos. E são muito válidas. Frequentemente salvam vidas. Porém há casos em que exageramos na dose.

Pra ter noção do que estou falando, há uns três anos ou mais, no ápice do surgimento da gripe suína, fui até um centro de vacinação para tomar a vacina. Na hora de tomar a vacina em questão, perguntei à enfermeira se haviam outras vacinas gratuitas disponíveis. Ela me perguntou: 'Vacina de que ?' Pedi que ela me desse uma lista de possibilidades. 

Recebi então a lista com quatro tipos de vacinas. Dupla Adulto (dt). Hepatite B. Febre Amarela. E H1N1. Pedi então que aplicasse as quatro. Pois eram gratuitas, além de servir como uma proteção extra. Além disso, na situação, não gostaria de ter que ir novamente ao posto.

Resumo da história. Tive um suador a noite toda. E fiquei o sábado de cama, com uma sensação de gripe, por causa da vacina H1N1. Até hoje guardo o cartão de vacinação com os quatro carimbos na mesma data. Apesar de ter saído ileso desta situação; O que fiz é muito perigoso. E prova que muitas vezes precisamos nos proteger de nós mesmos.

J.P.D. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Curta o verão !


Recomendações pra curtir o verão 
(De forma clara, resumida, sucinta e objetiva)

- Evite pegar sol entre as dez da manhã e as quatro da tarde.
- Prefira o ar puro ao ar-condicionado
- Utilize roupas claras e leves
- Pratique esportes aquáticos
- Beba bastante líquido
- Abuse das frutas
- Use protetor solar

' Pazdornelles.com apóia o bronzeado saudável '

J.P.D.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Liberte-se do vício


Diariamente tenho observado nos telejornais, notícias sobre o crescimento do uso de substâncias químicas pelos jovens adolescentes de todo o Brasil. Campanhas são lançadas na tentativa de encontrar a alternativa ideal na busca da superação da dependência química. Porém, apesar de todo esforço, a sociedade parece desconhecer, ou ignora, o verdadeiro caminho na direção da superação deste problema real.

Conforme colocam os especialistas em dependência química, esta é uma enfermidade que não tem cura. Considero esta colocação, comum entre os psiquiatras, nada estimulante àqueles que buscam a libertação. Mas precisamos tentar entender. Quando se fala e não ter cura, a medicina quer dizer que não há como um adicto de álcool, tabaco e demais drogas, uma vez tomado pelo descontrole do consumo, tornar-se um consumidor social livre de maiores consequências. O que busca-se com os tratamentos é a abstinência. O controle da dependência a partir do ato de deixar de consumir tais substâncias.

Apesar de muitos usuários apontarem as condições sociais e problemas familiares como os causadores da dependência, sabemos que há muitos jovens oriundos de boas famílias, que desfrutam de boa educação, e mesmo assim se envolveram com o uso. A grande maioria por curiosidade, ou para serem aceitos como iguais no grupos de amigos aos quais pertencem.

No caminho da abstinência, muitos tratamentos buscam o fator que iniciou este consumo. A causa para esta experimentação. E o que fez do ato de experimentar tornar-se um vício de uso cotidiano. Agindo diretamente naquilo que estimula o uso. Muitos estudos colocam que o caminho à abstinência passa por uma revisão de valores e uma consequente mudança de atitude. 

Grupos como Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos recomendam que o usuário evite frequentar lugares que o estimulam ao consumo. Assim como desvincular-se de amizades que compartilham as substâncias. O relato dos usuários que conseguiram superar os momentos difíceis aponta ainda para uma atitude no sentido de procurar atividades que desafiem o desenvolvimento. Como o trabalho, o estudo, a prática esportiva, a espiritualidade e os relacionamentos promissores.

O tratamento tem maior chance de dar certo quando a busca pela abstinência parte do próprio usuário. Porém, nota-se uma certa dificuldade por parte de alguns jovens de assumir a dependência e pedir ajuda. Outro problema que dificulta a recuperação dos usuários é o fato de que a sociedade estimula o consumo de álcool. Assim como a vida boêmia e as festas  noturnas naturais da juventude. E como colocam os grupos de auto ajuda, estes são alguns dos principais inimigos da recuperação.

O que desejo colocar é que para a sociedade ter sucesso nesta luta, será preciso rever a postura que tem em relação ao álcool. E consequentemente aos ambientes que estimulam o seu consumo. A verdade é que um jovem sóbrio, consciente e longe do álcool tem maiores chances de abster-se da drogadicção. O principal de tudo isso é que a recuperação é possível. Contudo precisa de força de vontade, decisão e determinação. Além do apoio da sociedade como um todo.

J.P.D. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O segredo do sábio viver


A cada dia reaprendo uma nova forma de viver a vida. Que o mundo se recria, se transforma, se reposiciona e põem tudo no devido lugar. Isto é certo e inevitável. Nossa essência, a partir de nossas experiências, se expande como o universo pelo espaço. E a cada momento temos a possibilidade de renovar votos e refazer escolhas. 

Durante a manhã desta terça aproveite para ler um pouco mais. Um leitura que tenho feito a conta gotas. Uma forma de conseguir espaço para refletir e desenvolver o tema estudado entre um capítulo e outro. À tarde trabalhei no desenvolvimento de uma rede social corporativa a um cliente. No início da noite arrisquei um treino rápido de academia. Cheguei em casa. Tomei um banho. E me detive a assistir um pouco de televisão. Por fim, vim ao desktop escrever este texto.

Tudo bem. Sei que o dia-a-dia de um anônimo (o que aqui vos escreve) não é tão interessante quando o cotidiano das celebridades famosas. Tampouco este blog tem o objetivo de ser um diário pessoal. Porém me permito arriscar versos de uma crônica, ou sussurros ao léu em um ensaio de aprendiz. Aliás. Somos eternos aprendizes. Mesmo quando temos a oportunidade de revelar algum conhecimento de nosso domínio. Apesar das contradições , me esforço neste sentido.

Você deve estar querendo me perguntar onde quero chegar. Começo um texto falando sobre um assunto. Desvio do foco. Retomo o assunto e concluo sem abrir muito o jogo. Críticos talvez vejam tudo isto como um erro técnico. Talvez isto seja a própria técnica.

Bom. Vamos tentar retomar o foco desviado. O que realmente quero falar ao descrever o dia que tive hoje é algo simples e direto. Mas irei me permitir viajar um pouco mais e abusar da sua paciência e curiosidade. Vamos do passado ao futuro. De onde vim e pra onde vou. O que faço aqui. E o que define 'quem sou'.

Apesar de ter tido uma infância a la carte. Ou digamos. Conforme manda o figurino. Tive uma adolescência conturbada. De experiências perigosas. Boemia exacerbada. Comunhão com os prazeres do mundo. Entre o céu e o inferno. Na luz dos próprios acertos. Mesmo ao passar pela escuridão de alguns enganos. E tudo mais. Embora ache desnecessário enumerar fatos e situações, posso dizer que sigo aprendendo com o tempo a utilizar o arbítrio de forma construtiva.

Apesar de ainda estar corrento a favor do desenvolvimento. Na busca da realização profissional. Da forma física ideal. De um relacionamento oficial. E tudo mais que possa acrescentar. Me mantenho no caminho do bem. Desde sempre. Mesmo tendo conhecido o outro lado. Uma vida distinta da que vivo hoje. De alguma forma posso dizer que  sinto como se tivesse me encontrado após um momento de incertezas. Hoje sei o verdadeiro segredo do sábio viver. Saber fazer escolhas.

J.P.D. 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O Pós-Humano


Nas últimas décadas cresce a corrente de pensamentos pós-humanistas. O pós-humanismo sugere a evolução do homem baseada no desenvolvimento de valores e padrões da espécie humana. Que vão desde a mutação genética ao uso de próteses tecnológicas como extensões dos sentidos humanos. Buscando a transcendência de limites da capacidade motora, da organização sócio política e a extensão da inteligência.

Resumindo. O pós-humanismo sugere o desenvolvimento humano, social e tecnológico. O surgimento de uma nova espécie. A evolução da espécie humana. Onde o homem, visto como uma máquina, será dotado do controle total sobre o conhecimento. Com acesso livre à inteligência coletiva. Tendo sua natureza biológica transmutada e apoiada pela tecnologia. Uma espécie de mutante ciborgue.

A transmutação da espécie, segundo pesquisas, se dará a partir de um conjunto de ações evolutivas oriundas da própria ação humana. Que vão desde a mutação genética ao uso da tecnológica na expansão da capacidade de comunicação, acesso ao conhecimento e interação conectiva.

Apesar de parecer uma utopia da ficção, baseia-se principalmente em preceitos científicos e filosóficos. E como todos sabemos, muito do que é real é criado a partir do imaginário. O que nos revela uma grande possibilidade de, em breve, termos a Terra povoada pelo pós-humano. Outro objetivo da ciência é agir biologicamente na longevidade da espécie. Criando corpos mais resistentes e, quem sabe, alcançando a imortalidade.

Neste sentido as pesquisas pós-humanistas evoluem na busca da superação dos limites humanos. E tudo isso nasce da imaginação do homem. O mundo é movido pelos mitos. Conforme coloca Rüdiger (2008): 'Nós acreditamos em pessoas não-humanas, desde espíritos e santos, até animais e extraterrestres'. Podemos dizer que são estas crenças que movem os estudos pós-humanistas. 

Criar um ser superior ao que conhecemos como humano, coloca o homem próximo do divino. O poder sobre a vida e sobre a criação. Rüdiger explana que 'o humanismo é, portanto, um sentido histórico formador de mundo, uma figura metafísica, que passa por sucessivas interpretações, às vezes individualista, outras coletivista, às vezes acessória e subordinada, outras exclusiva e imperial'.

O pós-humano é na verdade a auto-criação da coletividade. Onde será inserido no homem os poderes do conhecimento coletivo. Ancorados apoiados na evolução biológica, genética, política e tecnológica. De algum modo os pós-humanos já estão entre nós. Somos o início de uma nova espécie e de uma nova era.

J.P.D. 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Dez minutos


Há momentos em que não sabemos realmente o que fazer. Ficamos em dúvida entre as possibilidades que surgem. Mesmo quando temos certeza do que queremos a médio e longo prazo, hesitamos em escolhas que cabem ao dia vigente. Nestes momentos é importante pesar bem as possibilidades, refletir com calma e fazer a escolha certa. De qualquer forma, decidir pelo dia de hoje o que melhor nos favorece a longo prazo. Ou, ao menos, fazer aquilo que nos dá prazer.

Durante a caminhada precisamos fazer escolhas. Escolhas profissionais. Sobre relacionamentos. E inúmeras outras áreas da vida. Mas não é destas escolhas que estou falando. Apesar de ter um plano de ações bem definido em relação às metas. Estou me referindo ao que fazer neste lindo domingo de sol.

Geralmente, quando entro nas salas de bate papo e nos sites das mídias sociais, abordo mulheres na intenção de fazer novas amizades. Ou quem sabe algo mais. Também converso com aquelas que já conheço. Mas nem sempre tenho paciência para ficar interagindo virtualmente. Moro em um grande centro e por aqui ocorrem inúmeros eventos a todo momento.

Nos fins de semana gosto de assistir filmes em casa. Arrumar a casa. As vezes vou ao parque tomar chimarrão. Ou ao shopping olhar um lançamento no cinema. Também há vezes em que recebo visitas. Na maioria da vezes, mulheres com segundas intenções. Em outros casos, amigos para dividir o chimarrão e colocar a conversa em dia. Em ambas as situações me divirto sem ver o dia passar.

Hoje, como de costume nos domingos, acordei um pouco depois do habitual. Trabalhei um pouco no site. Preparei a refeição do dia. E fui estudar um pouco. Enquanto folheava as páginas de um livro sobre cibercultura, meus pensamentos indecisos buscavam uma alternativa diferente para esta tarde. Pois ler e trabalhar na internet é o que faço diariamente. Precisaria sair um pouco da rotina. Lembrei que sugeria aos leitores o carnaval de rua. Mas confesso que tenho outros planos. 

Coloquei então em um papel as inúmeras possibilidades à esta tarde. Que vão desde jogar games, sair por ai fotografando a cidade, chamar alguém para compartilhar um chimas, estudar mais um pouco, sestear, interagir nas mídias sociais, assistir um Dvd, entre outras coisas. O fato é que, enquanto pensava sobre o que fazer tentando encaixar as atividades na intenção de executar o maior número de atividades possíveis, me vi procrastinando a tomada de iniciativa.

É certo que ter um plano cotidiano faz com que ganhemos tempo. Porém gastar tempo demasiado pensando e planejando pode atrapalhar o ponto de partida para a atitude. Resumindo. Larguei o livro sobre a mesa e vim escrever este texto. Sinto a consciência um pouco mais tranquila, pois como amo o que faço, independente do que vier a fazer nas próximas horas, tenho certeza de que fiz algo bom nos últimos dez minutos.

J.P.D. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Indo além


Seguindo nossa conversa sobre a interação nas mídias sociais e inserindo um pouco do imaginário, gostaria de colocar novamente uma ideia que tenho discutido há algum tempo. A questão do desenvolvimento de redes sociais inteligentes. Com funções administrativas na finalidade de interligar sistemas de informação e facilitar a interação entre organizações e indivíduos.

Aproveitando o gancho da postagem anterior, sobre o Second Life, proponho aqui que nos esforcemos no sentido de rever e reformular os sites interativos. Especificamente as mídias sociais. Conforme tenho colocado, carecemos de uma organização e integração dos sistemas de identificação. Tenho citado com frequência o exemplo do documento único, criado nos últimos anos, na finalidade de integrar informações sobre pessoas físicas. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a proposta que venho colocar é a de integração dos bancos de dados de órgãos como as Polícias, Previdência, Agências Bancárias, Hospitais, Instituições de ensino e demais bancos de dados de instituições, indivíduos e a sociedade em geral. Integrando espaços de interação, além de documentos e registros (RG, CPF, CLT, CNH, CNPJ, Passaporte, Registros Profissionais, Currículos virtuais, Convênios médicos, Carteira de Vacinação, Antecedentes Criminais, etc).

A Mídia Social Inteligente deverá agregar funções que facilite a integração e a interação entre instituições e indivíduos. Integrando bancos de dados. Possibilitando a agilidade de serviços. Promovendo a inclusão social. E a democracia direta. Participação e visibilidade de organizações, pessoas públicas e pessoas comuns. Governos de participação direta. Com a participação do cidadão na promoção da democracia. Só assim se tornará alcançável o desenvolvimento homogêneo.

Costumo dizer para meu filho adolescente que 'a vida é um game'. Falei isso na primeira vez quando falava com ele sobre estudar para as provas e passar de ano na escola. Disse que na vida precisamos eliminar fases. E assim concluímos etapas e seguimos em frente. Neste sentido, coloco o desenvolvimento das Mídias Sociais em formatos de Games como uma alternativa de atrair as gerações X, Y e Z. Tornando a interação mais atrativa e prazerosa. Porém este é um 'jogo' precisa ser levado a sério. O jogo da vida real no mundo real.

Integrando os conceitos de rede inteligente, integração de banco de dados e a jogabilidade das plataformas de jogos em rede, chegaremos a uma nova forma de interagir. A administração dos recursos. O monitoramento do cumprimento das leis. O exercício da democracia direta. O comércio eletrônico. O fim da burocracia nos órgãos públicos. A transparência e a visibilidade. A accountability. O voto eletrônico. A governança e a governamentalidade. Tudo estará implícito em um jogo real duplicado pela realidade virtual.

As tecnologias que conhecemos hoje integradas. Ao serviço do desenvolvimento social e da inclusão. Muito além de ter o seu avatar desprovido de 'perfil fake', mas com identidade real registrada, DNA mapeado via GPS, enquanto anda pelas ruas virtuais de um plataforma que imita as ruas da cidade visualizadas pelo Google Maps em três dimensões. Atendendo vídeo-chamadas Voip em tempo real. Isto tudo enquanto interage também no plano físico.

Imagine toda esta interação sendo comandada via pensamento. Comandos executados via ondas cerebrais por sensores eletromagnéticos. Imagino um dispositivo semelhante a um óculos, com Visor 3D, provido de fones de ouvido, microfone e câmeras, onde áudio e vídeo  são compartilhados em tempo real. Sei que há um longo caminho a ser percorrido até chegarmos neste estágio da evolução tecnológica. Talvez o percorramos muito mais rápido do que imaginamos. Pois estamos caminhando neste sentido.

J.P.D. 

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

The Second Life


Depois de sete anos retornei ao site de um jogo interativo do qual participava com frequência. Hoje fiz meu cadastro e baixei o Second life. Durante a tarde, após meu treino de academia, estudos e trabalhos na rua, resolvi entrar no game para interagir um pouco. O tempo passou e quando vi já havia se passado três horas. Foi o suficiente para lembrar que um dia fui um Game-maníaco. 

O vicio dos jogos interativos é como a gula, a luxúria e todo tipo de dependência química ou psicológica. Sei muito bem do que se trata. Entre a metade da década de oitenta e o início do terceiro milênio, os games tomavam boa parte de meu tempo. Na infância mais do que na adolescência. Tempo em que os jogos eletrônicos começaram a perder espaço para as interações reais em festas e encontros face-a-face.  

Porém, com a popularização da internet no final da década de noventa. Com o surgimento dos Web-chats e softwares como Mirc, ICQ e MSN, assim como a popularização do celular e do crescimento dos serviços do tipo Tele amigos; As interações mediadas começaram a ganhar cada vez mais espaço dentre a preferência daqueles que buscam amizade, relacionamento  ou encontros casuais.

Em 2003 surge o Second Life. Um hibrido dos jogos misturados aos softwares de comunicação instantânea, sites de relacionamento, rádios virtuais e portais comerciais. Em 2005 o Second Life tornou-se popular. Inclusive no Brasil. Em Porto Alegre, até uns sete anos, uma rádio rock, conhecida entre os jovens, promovia festas virtuais em tempo real. Num ambiente chamado Ilha Porto Alegre.

Nestas festas os internautas podiam ouvir música, interagir e fazer amizades. A ilha Porto Alegre imitava em parte a capital gaúcha. A Rave se dava em um parte da ilha chamada Cais do Porto. Depois de um tempo, este espaço interativo desapareceu devido ao fato de que a empresa que desenvolvia o jogo no Brasil havia deixado de participar da criação e gerenciamento dos ambientes virtuais. 

No Second Life, as ilhas, como são chamados os espaços interativos, são ambientes onde os jovens jogadores interagem a partir de seus avatares. Comercializam ferramentas a serem utilizadas no jogo. Fazem amizades. Se divertem. Namoram. E até mesmo casam. Hoje, por exemplo, quando passeava pela "Ilha London', encontrei num canto da Londres digital um casamento virtual entre dois jogadores. Um dos avatares vestia smoking, enquanto o avatar da outra personagem vestia um vestido de noiva. Tudo como na vida real.

O Second Life é um ícone dentre os jogos interativos em rede. Sobrevive há mais de uma década no mesmo formato. Como tudo começou. Após esta rápida interação cheguei a conclusão de que ainda sou viciado em games. E mais do que isto. Sou viciado em interação virtual. 

Enquanto jogava fiz amizade com uma jogadora brasileira que me ajudou a entender como tudo funciona no ambiente virtual do Second Life. Confesso que mesmo sem saber como, e quem, era  aquela pessoa na vida real, confesso que me apaixonei pelo seu avatar. Morena, bronzeada, cheia de tatuagens e um corpo escultural. É claro que no Game podemos ser como quisermos.

Meu próprio avatar tem mais de dois metros. Cabelo arrepiado estilo Naruto. Óculos escuros. Vestindo um sobretudo vermelho e uma grande espada embainhada nas costas. Até mesmo meu nome no jogo é uma criação a parte. Cheguei a colocar ingenuamente minhas informações pessoais verdadeiras no perfil. Mas depois ocultei-as. Pois nenhum dos jogadores os quais interagi revelou sua identidade real. Isto costuma acontecer após uma interação mais duradoura, salvo algumas raras exceções.

Resumindo. O Second Life ainda vive. E apesar de ser um ótimo ambiente para jogar e interagir, segue sendo uma fuga da vida real como a grande parte dos games. Digamos.  Uma fuga da First Life. Sobretudo, mostra que cada vez mais há pessoas interessadas na interação virtual. Em ambientes onde possam alimentar o imaginário. Recriando o próprio ser. Mesmo que seja em pixels e bytes. 

J.P.D. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Os Mitos do Imaginário


Com o desenvolvimento social das civilizações e da filosofia, o homem constantemente recria os mitos na intenção de encontrar explicações para o que chama de paranormal. Uma busca insaciável pelo entendimento das forças que regem o universo. Neste sentido identificou  e encontrou nos mitos uma alternativa de pensar a partir de pensamentos novos, diversificados e independentes. Maneiras distintas e singulares de olhar e sentir o mundo.

Levi-Strauss dizia que o mito "é bom pra pensar". E como diz a Lei da atração, apoiada na Física Quântica: 'Pensamentos criam coisas'. E de fato Strauss sabia disso. Comungar com um mito é como inserir um software em uma máquina. Uma nova ideia no pensamento. Um sentimento no peito. Tornar-se um mito é legitimar-se como uma subjetividade singular. Materializando pensamentos autênticos, sentimentos verdadeiros e ideias inovadoras.

Assim sendo buscamos compartilhar das energias que encontramos no universo. Dos astros aos elementos da natureza. Das forças sobrenaturais ao estado físico da matéria. Garimpando também os exemplos bem sucedidos dentre as pessoas comuns. Em tudo buscamos um motivo que nos motive e mova na direção de nossos objetivos. A comunhão com os mitos possibilita a diversidade de pensamentos, sentimentos e ideias. Em um universo onde o imaginário rege o real.

J.P.D.

domingo, 13 de janeiro de 2013

O futuro está próximo


Durante meus estudos sobre interação, mídias e tecnologia tenho visto constantemente a seguinte expressão, colocada por autores mais antigos: 'O futuro chegou'. O fato destes autores colocarem tal afirmação deve-se ao episódio que vivem em suas vidas. Percebem estar vivendo no mundo real aquilo que um dia vivia apenas em seu imaginário como uma hipótese fictícia do futuro.

Como todo pesquisador também me atrevo a fazer previsões. Sem a pretensão de ser visto como um profeta ou alguém a frente de nosso tempo. Mas na intenção de despertar o desejo pela materialização do imaginário. Pois o desenvolvimento tecnológico só é possível graças a imaginação de alguns pensadores. Alguns projetos precisam de tempo para serem desenvolvidos. Neste sentido segue algumas de minhas visões sobre o futuro.

Na comunhão Bio-tecnológica, homem e máquina se tornarão um só. Nossas mentes estarão conectadas em tempo real com o universo e o conhecimento através da inteligência coletiva e da conexão interativa. A telepatia será apenas um exercício mental e automático de transferência de informações. Uploads e downloads de pensamentos e sentimentos. Nossos batimentos cardíacos e a respiração serão monitorados via GPS. A consciência poderá ser programada com um software de ações. Dando início a uma nova espécie. O Homo Sapiens Tecnos. 

As viagens interplanetárias serão tão simples quanto ir até a esquina. A mutação genética aliada à biotecnologia possibilitará que os homens vivam centenas de anos no mesmo corpo físico. Podendo dar continuidade ao consciente e ao subconsciente em novos corpos através da transferência e aquisição de lembranças e vivências. Dominaremos os céus e os mares. Inclusive de outros sistemas solares.

Quando chegarmos a este episódio da história da humanidade poderei então dizer que 'O futuro chegou'. Mesmo que seja na transcendência metafísica de minha consciência. De algum modo, já estamos participando do processo evolutivo e vivendo este momento. Pois; Se vamos lá. Estamos lá.

J.P.D. 

sábado, 12 de janeiro de 2013

Foda-se !


Certa vez, em meu aniversário, recebei uma mensagem de felicitações de uma amigo virtual dizendo: 'Parabéns pelo aniversário. Felicidades. Tudo de bom. Foda-se !'. Confesso que achei aquela mensagem uma das mais sinceras que recebi em toda minha trajetória. No dia seguinte, encontrei meu amigo online e chamei-o para uma conversa.

Agradeci as felicitações e lhe desejei o mesmo. Aproveitei para dizer o quanto gostei da mensagem. Mas pedi que me explicasse porque tanta sinceridade. Ele me disse que sabe que o universo nos retribui aquilo que oferecemos ao mundo. O 'tudo de bom', quando chegar, será o seu retorno inevitável. 

Perguntei se era o mesmo em relação ao 'Foda-se'. Ele me disse que o 'Foda-se' era no bom sentido. Poderia ser encarado com uma prática autônoma com fins de atingir o prazer sexual. Resumindo, imaginei uma masturbação, popularmente conhecida como 'punheta', realizada por mim em mim mesmo. Após estas e outras explicações fiquei mais tranquilo. E lembro com carinho desta mensagem.

O certo é que tudo o que entregamos ao universo, o universo nos retribui. Porém nem tudo o que prometemos e desejamos. Salvo algumas raras exceções sinceras e sem expectativa de retorno. O certo é que, quando entregamos o que desejamos e prometemos ao mundo, o retorno é certeiro e inevitável.

Só para que você fique tranquilo. A 'estória' citada nos primeiros parágrafos é fictícia. O  amigo virtual em questão sou eu mesmo. De qualquer forma encerro este texto lhe mandando um retorno. Espero que chegue. 'Felicidades. Tudo de Bom. Foda-se !'

J.P.D.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Sexo Virtual


Conforme evoluem as relações sociais na internet, os internautas descobrem novas maneiras de interagir. O sexo virtual é uma das formas mais comuns de relacionamento erótico mediado existente hoje em dia. Uma evolução da mistura dos antigos serviços de tele sexo e salas de conversação aberta como o tele amigos, o sexo virtual mostra-se como uma maneira alternativa de ir além da interação convencional.

Nota-se nas salas de bate papo mais conhecidas, como as salas de cidades do Terra e Uol, o crescimento do número de internautas que entram nos webchats para viabilizar uma conversação erótica. Muitas destas conversas evoluem para encontros pessoais. Porem, boa parte das interação virtual com fins sexuais se resume ao contato mediado. Sites de relacionamento com vídeo conferência, como o Twitcam, e softwares como Windows Live Messenger, recebem cada vez mais adeptos desta prática.

Percebe-se este movimento crescente do interesse pelo sexo virtual como passatempo a partir dos nicknames que encontramos nas salas de bate papo. E também na abordagem direta de usuários que logo oferecem sua webcam parta visualização em tempo real. Muitos dos internautas revelam tal interação como fonte de prazer 'fácil e seguro'. Porém não é tão seguro quanto parece.

Nestas visualizações os usuários tem por costume mostrar partes do corpo. Em muitas delas exibindo inclusive suas partes íntimas. A falha na 'segurança' deste tipo de interação está no fato de que muitos internautas gravam o que seus interagentes exibem na tela, a partir de softwares que possuem a função screen recorder.  Dentre os programas mais conhecidos deste tipo podemos citar o 'A Ttube Catcher'.

Boa parte dos vídeos gravados sem autorização caem na rede. Gerando processos e consequências graves à imagem dos envolvidos. Apesar de todo este risco, muitos usuários recorrem com frequência a este tipo de interação. E pelo que tudo indica, seguirão interagindo cada vez mais nesta modalidade.

J.P.D. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Tecnocentrismo


Durante séculos o homem achou que era o centro do universo. Por longo tempo pensou que a Terra fosse o centro. E em outro momento imaginou que fosse o Sol. Após a evolução das correntes antropocêntricas, geocêntricas e heliocêntricas chega agora um novo tempo. Um tempo em que a tecnologia se torna o centro do universo. Sobretudo das interações entre os homens, o conhecimento e a informação. Bem vindo ao Tecnocentrismo.

Todos os dias, quando acordo, uma das primeiras coisas que faço é ligar o computador para ver meus emails e mensagens nas redes sociais. Por vezes inicio o dia ouvindo as notícias no rádio ou assistindo-as pela televisão. Chegamos em casa, do trabalho, e olhamos o identificador de chamadas e a secretária eletrônica de nossa linha fixa de telefone. Constantemente retiramos o celular do bolso para ver se chegou um torpedo ou se há alguma ligação em espera ou na caixa de voz.

Preocupações cotidianas como estas mostram que os hábitos humanos estão cada vez mais sendo conduzidos e orientados pela tecnologia. Principalmente quando esta tecnologia implica interação, comunicação ou veiculação de informação e conhecimento. 

A tecnologia está presente em cada atividade. No trabalho, na escola e no lazer. Quando vamos às compras. Quando precisamos ver no mapa onde fica determinado endereço. E em inúmeros outros momentos. Já é impossível imaginar o mundo independente da tecnologia como a conhecemos.

O fato principal é que a tecnologia tem orientado nosso dia-a-dia. A comunicação mediada já responde pelo maior volume de interação da grande maioria dos indivíduos. Salvo aqueles que por um motivo ou outro ainda se encontram marginalizados ou excluídos dela. 

Com os investimentos em inclusão e alfabetização digital corremos para um momento em que a totalidade da  população terrena se encontrará conectada via algum dispositivo tecnológico. Até mesmo aqueles que vivem na regiões mais longínquas, nas zonas rurais, nas periferias e nos pontos mais isolados do globo. 

Outro fato importante é que apesar da demasiada importância que damos atualmente para a tecnologia, as visões geocêntrica e heliocêntrica, apesar de superadas pela ciência, e principalmente a antropocêntrica, do universo, seguirão conduzindo o imaginário de cada indivíduo. Porém cada vez mais influenciadas pelo tecnocentrismo.

J.P.D.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Big Brother Brasil - Tudo pela fama


Dentro de alguns minutos boa parte dos brasileiros estará em frente a televisão para assistir o início do Big Brother Brasil XIII. Programa que promete repetir o sucesso de audiência das edições anteriores. Um dos reality shows mais famosos da última década que ganhou o mundo com versões personificadas em diversos países. Uma verdadeira vitrine da vida real, em uma trama onde aos protagonistas fazem de tudo para migrar do anonimato para a fama.

Os reallity shows já deixaram de ser novidade há um bom tempo, mas continuam fascinando os telespectadores pelo fato de permitir o acesso às intimidades de cada participante. Exposições dinâmicas exacerbadas que vão deste os momentos de variação de humor e transparência das emoções às discussões naturais, festas, brigas, bebedeiras e sexo explícito em tempo real.

É natural que muitas das celebridades construídas a partir do programa tornem-se atores e atrizes. Destacam-se também as 'gostosas' que roubam a cena em seus buquines mínimos, partindo da tela para os ensaios sensuais em revistas masculinas. Mas nem todos ganham dinheiro com o corpo. Há os que ganham pelo caráter que apresentam no programa.

Dentre aqueles que compartilham a conquista de sairem vencedores, percebemos os inúmeros e distintos desfechos de histórias singulares que se sucedem em cada edição do programa. Há os que multiplicam o ganho. E os que 'queimam' tudo em festas e negócios impensados e investimentos nada lucrativos.

O lance maior de tudo isso é presenciar o que vem acontecendo nas mídias modernas em geral. A exposição das intimidades e o interesse do público por tais exposições. Resta-nos acompanhar mais esta edição e perceber a evolução de todo processo. Seja da performance dos participantes, cada vez mais artificial devido aos receios de gafes comuns ocorridos em edições anteriores, ou pela preocupação com o que o público pensará sobre cada gesto; Cada palavra; Cada atitude. 

O certo é que muitas das cenas compartilhas na televisão se tornarão ícones, sendo eternizadas na internet quando disponíveis em sites de compartilhamento de vídeos. Ainda não sabemos se de fato estamos aprendendo algo com toda esta observação. Pois este é um laboratório vivo do comportamento humano. Algo fica em nossa memória. Seja na lembrança consciente ou no subconsciente. 

Aprendemos com o programa mais do que podemos imaginar. Desde as relações que fazemos da vida pessoal dos participantes, os quais nos identificamos com nosso modo de ser, até as diferenças que visualizamos naqueles que percebemos distinguirem de alguma forma dos outros. Também precisamos aproveitar esta oportunidade para aprender sobre a audiência televisiva e o efeito que cada ato causa na vida do brasileiro. Dentro de alguns minutos teremos a oportunidade de observar por estes e outros ângulos. Espiemos e entenderemos melhor.

J.P.D. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Colonização Ciborgue


A cada dia sinto-me cada vez mais inserido no contexto de uma nova colonização. O avanço tecnológico que facilita a vida de trabalhadores, estudantes e pessoas comuns também escraviza o usuário da tecnologia, que viciado e dependente não sabe mais como viver na ausência do aparato tecnológico que usufrui diariamente.

Cada vez mais acessível, a tecnologia faz dos seres humanos, ciborgues da era pos-moderna. Equipados com seus equipamentos pró interação, armazenamento de dados e facilitação das atividades físicas e racionais. Multiplica-se o número de lares onde se é possível navegar na internet. Multiplicação esta acompanhada pelo crescimento avassalador do número de pessoas que acessa a internet pelo celular.

Assim como foi no século passado, como a invenção da televisão e da geladeira por exemplo, ocorre hoje em dia com os dispositivos multimídia. Cada vez mais acessíveis, fazem parte do cotidiano de boa parte da população. Dispositivos estes que permitem além da comunicação via linha telefônica, internet ou rádio, outras  funções como filmar, fotografar, gravar áudio, jogar games, acessar o gps, armazenar dados em cartões de memória e muito mais.

É certo que ainda temos muito a evoluir no que diz respeito a inclusão digital. À alfabetização multimídia, sobretudo de adultos, crianças e pessoas da terceira idade. Mas estamos a caminho de uma conscientização que em breve se traduzirá em planos de ações em execução. 

Apesar de todo o lado positivo e dos desafios que vem pela frente, o que mais me preocupa é o risco de sermos colonizados pela tecnologia. O homem máquina já é uma realidade. Próteses mecânicas, aparelhos auditivos, marcapasso e outros equipamentos introduzem o homem na era dos ciborgues. De fato, muitos de nós já são ciborgues.

O homem está delegando a capacidade de raciocinar, e armazenar dados, para as máquinas. Não se fazem mais cálculos com o papel e a caneta. Usamos a calculadora. Não precisamos mais decorar os números dos telefones que discamos diariamente.  Apenas clicamos no contato para que a chamada seja feita de forma automática. Mas o perigo maior vai um pouco mais além do que podemos imaginar atualmente.

Ao projetar a inteligência coletiva e a inteligência artificial estamos brincado de ser Deus. Corremos o risco de criar máquinas autônomas e independentes capazes de reivindicar o topo da cadeia evolutiva a fim de colonizar o homem. Dando continuidade a evolução da espécie humana para a espécie tecnológica dotada de autonomia e poder de decisão. Virtualizando a alma do homo sapiens e salvando-a em microchips. Assim como a memória da história da passagem do homem pela Terra. E a partir do sopro de vida final à tecnologia, inauguraremos de vez a nova era, em que a imortalidade da alma humana ficará por conta da evolução tecnológica.

J.P.D.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Interação Social


Ontem a noite passei por alguns sites de redes sociais na tentativa de conhecer alguém. Como tenho evitado aglomerações de baladas, pubs e outros ambientes onde circulam bebidas, cigarros e drogas, esta tem sido a alternativa mais tranquila para conhecer pessoas legais sem se expor à tentação da bebida e tudo o que vem depois. 

Geralmente tenho sido criticado por amigos mais antigos com quem compartilhei uma vida boêmia até os trinta. Também me sinto incompreendido por novas amizades que desconhecem a vida agitada que tive antes de entrar no que chamo de maturidade. Cheguei a colocar no meu perfil do facebook o fato de estar só na noite passada como uma consequência da virtualização das relações. De fato isto influencia, mas são os interesses pessoais que me obrigam a ter uma vida mais reservada do que a de alguns anos atrás.

É natural que, com a correria do dia-a-dia das grandes cidades, as pessoas tenham menos tempo para a interação face a face. Neste sentido buscam interagir de forma mediada. Pelo celular ou pela internet. O efeito destes dois fatores tem me obrigado a focar mais em atividades que posso desenvolver sozinho. Como malhar, estudar, ler, escrever e consumir filmes, músicas e documentários.

O certo é que dependemos uns dos outros. É impossível isolar-se do mundo. Nas festas de fim de ano fui pra noite como a grande maioria dos jovens solteiros de minha faixa etária. Mas estes são raros momentos. Uma vez em que os objetivos apontam para outro tipo de atitude. De qualquer forma é natural que, de tempo em tempo, entre nas mídias sociais com a finalidade de conhecer pessoas.

O lance crucial desta jogada é o fato de que esta atitude assusta um pouco as mulheres mais reservadas, decididas e precavidas. A imagem que esta atitude passa é a de alguém que tem interesses exclusivos no sexo fácil e sem compromisso. É normal que isso ocorra em algumas ocasiões. Mas o certo é que os internautas que optam por ficar em casa em salas de bate papo nas noites do fim de semana também tem interesse em amizade e relacionamento sério. 

O fato é que cada uma das pessoas com quem converso nestes momentos tem um motivo específico para estarem na rede em um horário em que boa parte dos adultos saem para se divertir. É certo também que existem outras forma de diversão mais saudáveis que não incluem ficar acordado a noite inteira e consumir substâncias que alteram o humor como o álcool e semelhantes. 

Não quero aqui crucificar aqueles que estão na noite para se divertir, se chapar ou dançar até cair. Pois eventualmente participei de atividades como estas. Tampouco quero aqui defender os nerds que resumem sua interação à comunicação mediada. Mas sim o fato de que precisamos entender que cada um tem uma forma de se divertir. Um intenção ao interagir. E  um determinado foco, objetivo e interesse específico. É natural que tanto na noite da boemia quando nos sites de relacionamento busquemos e encontremos pessoas com afinidades e interesses comuns aos nossos. É importante lembrar que a festa e a interação podem acontecer em qualquer lugar. Até mesmo dentro de nossa imaginação.

J.P.D.