sábado, 14 de fevereiro de 2015

Transformações Sociais nos Relacionamentos


O carnaval é a época em que os relacionamentos rápidos se tornam preferência frente aos relacionamentos duradouros e estáveis.  Dançar, beijar na boca e fazer sexo sem compromisso, é o que a maioria dos jovens, assim como boa parte dos adultos, procura neste momento.  Tal ação tornou-se natural, também, em outros meses do ano.  Estendendo-se às baladas, bares e pubs, durante as quatro estaçõese, agora mais do que nunca, nos sites de relacionamento e mídias sociais, cotidianamente.

Em um talk show apresentado na manhã de véspera de carnaval, a apresentadora cita os dados de uma pesquisa a qual revela que aproximadamente quarenta a cinquenta por cento das mulheres brasileiras assumem terem traído seus pares enquanto mantinham o que chamavam de relacionamentos estáveis. O que nos faz perguntar se vigora a defesa da fidelidade nos namoros e casamentos.

O mundo capitalista, na democracia cristã, ainda protege a sociedade monogâmica, apesar da libertinagem emergente a partir do movimento emancipatório feminista ,que estimulou as mulheres à prática do que chamamos de relacionamentos ‘test drive’. O que, antes , era mais comum no sexo masculino.

Tais mudanças de comportamento e transformações sociais nos induzem questões referentes ao papel do homem e da mulher na sociedade. A queda do patriarcalismo, muitas vezes taxado e confundido com o machismo. E a ascensão de uma independência feminina que reivindica direitos igualitários e acaba esquecendo dos deveres iguais.

O fato é que precisamos reformular a forma como nos relacionamos. É possível fazer previsões, mesmo que incertas. A mulher prestativa vem desaparecendo por ser confundida com a mulher submissa. O que são coisas diferentes. Enquanto o homem de imposição e liderança patriarcal tem se tornado passivo e, por vezes, ‘feminino’ quando delega à mulher a última palavra. Mesmo assim, o que para alguns é falta de autoridade, para outros é uma mansidão reivindicada pelas mulheres aos respectivos maridos.

O fato é que as mulheres são confusas. Enquanto buscam relacionamentos com que as escute e deixe decidir. De outra forma, buscam fora dos relacionamentos, o homem-animal. Com pegada no sexo. Que economiza palavras e diz o que e como fazer. Isto tem dividido os relacionamentos entre o companheiro ‘amiguinho’ que gosta de conversar e o ‘macho reprodutor’ que preserva a pegada natural dos tempos do patriarcalismo.

Em resumo. É carnaval e todos queremos curtir. Os relacionamentos promissores, respeitosos e monogâmicos, ainda existem e prosperam. Porém, cada vez mais raros. Embora criticados frente às relações abertas, se apresentam mais construtivos por se tratarem de relações de mutualismo em formato de contrato social. Porém, funcionam melhor quando entre pares do mesmo interesse.

J.P.D.

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