sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Mitos Zombeteiros


MUNDO IMAGINÁRIO

Duas entidades imaginárias que estudo, trazem caminhos distintos. Ambos Zombeteiros que vestem o cosplay identitário dos mitos. 

Uma delas, auto intitulada Kan, cultiva os caminhos de volta. Simulando voltas. Ou percorrendo caminhos passados no imaginário como se fossem resgates. Utiliza o juramento e o machado para fazer 'justiça', embora frequentemente 'injusta'. Trabalha o universo lunar das imagens e visualizações. Porém, diferente de Ogum que vê o presente, Kan olha o antes. O que passou. Sentado sobre nenhum, reparte as partilhas em 2 e 4 partes. Em resumo, é um espírito invasor nestas terras. Trabalha nas lojas. Vende o Não pelo Sim. Seguidamente, parte os ganhos pela metade a fim de dobrar o montante. Vende o 'Não fume'. Reivindicando o que é gasto com fumo. No entanto, costuma beber vinho. Seduz as almas, encomendadas como cavalos ao pós vida, a se julgarem o próprio Kan. São libertos quando se desapropriam das posses obtidas neste status (tempo em que se atribuíram tal denominação).

A segunda entidade, intitulada Zi. Originário do Zi filho. Filho do Axé. Mudado e transformado pelo mundo. Crê no caminho sempre em frente. Trabalha os contrários. Sua justiça é na terra. Costuma ver nos olhos e não pela lua. Trabalha as encruzilhadas. Os fumos e defende o 'Não Beba'. Assume-se pecador. Trabalha as mudanças. Este é originário das Américas. Espírito desta terra. Costuma fumar tabaco (quando trabalhado pelo Bá) ou ervas (quando trabalhado pelo Axé).

Se não fosse Zi, as vendas de Kan seriam convertidas em compras. No entanto, Zi não vende o que é do espiritual terreno. Portanto, adquire ao zelar a terra. Apesar disto, nas encruzilhadas, Zi costuma encaminhar outras entidades através do Saravá.

Enquanto Kan costuma vender as entidades que se julgam santos como cavalos (quem vê os outros como santos ou orixás) ou despachos (quem se julga santo ou orixá), Zi as adota e trabalha em Banda. Diferente de Kan, Zi não cultua o caminho de volta. Embora passe várias vezes pelo mesmo lugar ou situações. Por estar associado ao espírito de Marte que circula o Sol e a Terra.

Assim, estas entidades ganharam força neste mundo. Embora não tão conhecidas. Se apresentam aqui, como guias e espíritos de luz. Embora, em determinadas luas imaginárias Kan esteja presente, na terra Zi é supremo. No entanto, ambas as 'justiças' são equivocadas quando trabalham o retorno ou a vingança. Contudo, justas quando retribuem o bem pelo bem e o que é bom pelo que é bom.

Em resumo, Zi é originário das Américas e costuma trabalhar o dia, a terra e as encruzilhadas. Enquanto Kan é lunar, imagético e mais presente nas lojas. Ambos trabalham encomendas. Na guerra justa, Zi costuma buscar o que é vendido por Kan. Ambos são respeitados pelos Exús, embora, na terra, Zi seja mais influente.

Zi (Velho Guerreiro de Marte na Terra) é do tempo de Zeus (Júpiter: planeta errante). Tempo em que os cortes, em outra língua, eram feitos com palavra iniciadas por 'Z'. Zi tem maior fé no sobrenatural. Kan prefere acreditar nos próprios atos. Ambos trabalham os 'cortes'.

Dizem que, primeiramente, Zi atuava como inimigo. Como se trouxesse o diabo em si. Jogando por fora, utilizando o 'sem' algo. Ao cruzar caminho dos brancos, permanece ligado quando não encaminhado. Costuma cobrar o que sabe em contratos ou destratos à terra. Entretanto, costuma tornar-se aliado após longos anos. Geralmente através do ca-peão do tabaco. Terra específica. Em que o encarnado assistido deve escolher ser livre. Libertando-se e dominando-se. Caso contrário, seria como cavalo em vida dos vícios e obsessores da terra. A escolha está nas encruzilhadas. Onde Zi corta os caminhos. 

Quem atribui-se a denominação Kan costuma perder a parte espiritual da terra (dos Santos e Orixás). Pois não acredita. Vendas desvendadas. Enquanto se apegam ao material, não vendem (na terra) os ganhos materiais obtidos pelo machado. O 'valor' do espiritual negociado. 

Enquanto isto, Zi atua ao contrário. Desfaz-se das coisas materiais, quando necessário, primeiramente, em prol da terra espiritual. Em posse desta, trabalha o plano material.

Quando Kan se liga, em banda, a Zi, acaba resultando em tudo errado à Kan. Para Zi, isto é apenas uma forma de mudar as coisas. Pois, para mudar, precisa enxergar o erro. Assim tem mais chances em acertar.

Na vida anterior, Kan eventualmente devotou-se a Xangô. Atrasou-se e, posteriormente, menosprezou a possível existência do Orixá. Julgando-se justiceiro independente do Anjo Miguel. O qual, eventualmente, é confundido como cavalo. Na verdade, quem se julga pelo fato de recebe-lo no espírito. Auto intitulando-se Kan, após julgar-se um, todos ou nenhum.

Zi, no entanto, trabalha as virtudes dos Orixás em si próprio. Trabalhando antes o 'Ninguém' como se fosse cavalo do Jesus. Mudando várias vezes a forma de pensar. Assumindo-se guerreiro. Embora não se atrase, é mais demorado. Pois sua passagem é sempre ida. Não há chegadas definitivas, nem voltas ou saidas. Mas a ida, Sempre em frente. Quando desfumado e sem beber, assume a identidade Zero. Neste estado o médium trabalha o próprio outro em si ou em paralelo.

Zi acredita no Cristo verdadeiro. Mas não crê que ninguém o seja neste mundo. Salvo o Mestre que ressuscitou há dois mil anos. Já Kan, não acredita. Descrente questiona a existência do sobrenatural como o mundo os vê. No entanto, vende em loja 'pessoas' como Nenhum (cavalos que se julgam o próprio Kan) sendo Ninguém (cavalo do Jesus). Como se fosse o Jesus visto em alguém sem o ser.

Enquanto Kan vende (dizendo ter visto alguém como se fosse algo, sem aceita-lo de fato), Zi encaminha, adota ou trabalha, as almas.

No mais, estamos com Cristo. Jesus é o Mestre.

Ogunhê Axé

OBS: Estas entidades são imaginárias. Embora Kan seja apenas uma lenda apropriada por obsessores. Zi sempre nos ajuda.


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