quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Oficina dos deuses



Meu preço é caro. Dos quais me vendem, estou comprado. Justo.

Tempo livre é benção mas também é oficina do diabo.

Na gruta, a vela estava acesa. Com dez anos, ouvi as orações das minhas avós. Que guardo até hoje. Muitos desistiram, mas ainda acredito neste cara. Cheguei a me julgar o próprio santo que continua me ajudando. Costumo dizer que Nino de Praga nunca existiu. Mas e Jesus nos ama.

Pedi dinheiro, trabalho, ajuda e riquezas. Mulheres e irmandade. Me ofereceram drogas e cigarros dizendo "Não fume". Senti que certo dia deveria virar a mesa. Quem sabe a hora é agora.

Assim, ajudado pelo Táta e o Babá, que transcreveram a mensagem em punho, o Divino pediu-me que cortasse o álcool. Havia curado a hepatite. Mas, como uso medicamentos, deveria evitar e embriaguez.

Onofre bebe o dia inteiro. Principalmente destilados. Misturando bebidas, veio até mim. Conversamos e lhe disse que neste ano seria encaminhado. Intercedei e rogai por nós.

Cortar a bebida era como uma passagem. Embora tenha sempre uma cerveja na geladeira.

Às seis da manhã, a quimbanda se desligava. Estavam sem dormir. Antes disto, aqui pediam marijuana. O dia recém havia nascido.

Os demônios ergueram-se como anjos de luz.

As unhas estavam grandes. "Cortamos na quinta" - Disse o Táta. Há sete gerações mantemos este hábito.

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