quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Promova os homens corretos


No texto de hoje quero trabalhar um tema que considero crucial ao desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade como um todo. Baseado em uma colocação de Confúcio em 'Os Analectos' abro uma discussão que dificilmente será bem vinda a todos. Porém acredito que se faz necessário tocar no assunto.

Na sociedade encontramos bons e maus exemplos. Em toda parte nos deparamos com aqueles que despertam a admiração da massa. Providos de seguidores de seus adeptos dos pensamentos, atitudes e modas que lançam a cada cena do cotidiano. Porém, nem todos aqueles que ora são admirados e seguidos pelas multidões oferecem um comportamento digno de ser enquadrado como referência.

É certo que muitas pessoas mudam com o tempo. Não falo aqui de condenar erros do passado. Mas sim analisar o comportamento atual de cada indivíduo antes de decidir se suas ideias são dignas de serem compradas e vendidas. Neste sentido, Confúcio coloca que "não se condena o que já passou". Ou seja, a reputação de um ícone vale mais pelo que se é do que pelo que se foi.

Mas a principal colocação de Confúcio sobre as referências é revelada em um conselho que o filósofo dá a um líder, quando este lhe pergunta 'o que fazer para ser admirado'. Confúcio lhes disse: "Promova os homens corretos e coloque-os acima dos desonestos". Confúcio ainda complementou dizendo: "Governe-o com dignidade e o povo será reverente; trate-o com bondade e o povo dará o melhor de si; promova os homens bons e eduque os mais atrasados, e o povo ficará tomado de entusiasmo". 

Seguindo esta linha de raciocínio podemos dizer que quando alguém é recompensado pelo que faz de bom e certo, os demais contados de sua interação se empenham no mesmo caminho no sentido de obter os mesmos benefícios. Quando testemunhamos alguém obter o crescimento pelo trabalho é natural que tenhamos maior vontade de se empenhar profissionalmente. O mesmo acontece em relação a quem estuda e cresce em conhecimento. Ou a quem pratica atividades físicas e melhora em condicionamento. A quem faz uma dieta e colhe uma vida mais saudável. A quem supera um vício e obtém os devidos benefícios. Cada um destes exemplos se torna referência motivacional. E são seguidos em maior quantidade quando alcançam resultados visíveis.

Porém tudo isso tem outro lado. O mau exemplo, quando permanece no mau caminho e mesmo assim alcança benefícios, torna-se um incentivo para que outras pessoas cometam os mesmos erros. Vou citar um exemplo bem claro. Quando uma empresa opta por dar trabalho a um usuário de drogas, ao invés de encaminha-lo à internação na intenção de curá-lo, além de estar investindo na destruição do usuário que gasta seu salario com o vício, investe também, por tabela, no tráfico e na criminalidade. E ainda possibilita e estimula que tais exemplos sejam seguidos por outras pessoas. Isto ocorre com frequência em um ambiente profissional onde 'erradamente' o que mais vale é o conhecimento técnico, esquecendo-se dos valores morais e do exemplo social que o investimento em um trabalhador específico possa trazer à sociedade.

Resumindo o que coloco neste texto, podemos dizer que o crescimento da sociedade depende do crescimento dos indivíduos. Os bons exemplos são motivacionais ao povo. Enquanto os maus exemplos, quando recompensados, acabam desviando a atenção daqueles que poderiam seguir os bons exemplos. Pra finalizar, colocando a situação do exemplo do parágrafo anterior, acredito que o mercado de trabalho precisa valorizar outras questões além do conhecimento técnico. De outra forma seria inteligente e estratégico se o acesso ao conhecimento técnico for oferecido àqueles que por um motivo ou outro possam servir como bons exemplos. No mais, na intenção de salvar os jovens que cometem com maior frequência o erro na escolha de seus referenciais, possamos valorizar os bons exemplos. Como diria Confúcio: "Promova os homens corretos".

J.P.D.

Nenhum comentário:

Postar um comentário