sábado, 17 de maio de 2014

Marcha da Maconha

Foto: Juliano Dornelles
Neste sábado, dezessete de maio, ocorreu, no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, mais uma edição da Marcha da Maconha. No evento, manifestantes protestaram pró legalização. E comemoraram a liberação do uso e cultivo no Uruguai. O evento foi televisionado e comentado pelas principais emissoras de televisão e rádio da região. No entanto, notamos uma ausência de transparência e verossimilhança no que foi transmitido. A cobertura oferecida pela televisão se mostrou incompleta.

Estive presente no evento e fiz algumas imagens. O uso indiscriminado da maconha era percebido de longe. Pelo cheiro da substância em combustão e pelo ato dos manifestantes exibindo os respectivos baseados na mão. Após o evento, no início da noite, assisti no telejornal local e, também, na televisão por assinatura, uma nota rápida sobre a marcha. Porém, percebi a ausência de alguns detalhes e, principalmente, do debate sobre a questão. O que deveria ser o principal ponto discutido na pauta. 

A sociedade evita debater temas polêmicos. A mídia de massa determina o que veicular. Há um certo medo, ou receio, de que as imagens do uso explícito pudessem soar como apologia ao uso. Entretanto, estamos acostumados a ver, cenas de uso de drogas mais pesadas, na televisão. O que dá a entender que a mídia, condicionada pelos governos, mercados e sociedade dominante, foge do debate da descriminalização. 

Surgem, então, algumas perguntas: Por que a mídia de massa maquia os fatos noticiados? Quem comanda o Gatekeeping na mídia de massa? Por que, na ocasião, não foram ouvidos os defensores da descriminalização? O que eles têm a dizer? Qual o valor da imparcialidade? Onde estão os jornalistas opiniáticos? Quem irá se posicionar? Que canais irão dar visibilidade ao debate?

Neste contexto, venho fazendo o trabalho que me cabe. Este blog sobrevive há anos, independente de patrocínio. Aqui, quem manda é o leitor. Cada um é livre pra compartilhar e comentar como desejar. Contudo, me vejo na obrigação de divulgar o que foi ocultado pelos jornais, rádios e tvs. Confira o álbum compartilhado em www.facebook.com/fotospoa. De toda forma, fica aberto o debate.

J.P.D.

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