quinta-feira, 17 de julho de 2014

Tecnológicos


Em uma sociologia da comunicação, no mundo pós-moderno, percebemos alguns fatores chave na construção da sociedade globalizada no mundo tecnológico. A convergência transmidiática, aliada à ubiquidade dos dispositivos móveis, torna a conexão, e a interação mediada pelo smartphone, onipresentes. Neste ambiente, emerge o pós-humano como um híbrido do homem animal com a máquina. Mutantes geneticamente modificados, acoplados a exoesqueletos e computadores ligados diretamente ao sistema nervoso central. No lugar das extensões externas dos sentidos humanos, temos a criação de próteses internas acopladas ao corpo biológico. 

Nas mídias sociais, as narrativas virtuais ganham lugar de destaque. Os diários pessoais saem das gavetas aos blogs e vlogs. O cotidiano está no hangout, na hashtag no hiperlink. Os reallity shows, assim como as telenovelas, alimentam e são alimentados pela realidade. Os apartamentos, a praça púbica e as mesas de bar, estão interligados por satélite. Na democracia direta, buscamos participação, transparência, visibilidade e accountability, na tentativa de exercer a cidadania. Ou na defesa dos direitos humanos. O comércio eletrônico adota as moedas sociais. A web oscila entre o caos total e a tentativa de gatkeeping. Online, ou off-line, estamos, e continuaremos, conectados. Só há um network na aldeia global. Onde encontram-se, e convivem, as mais distintas tribos. 

O virtual e o real comungam e coexistem em um sistema de construção mútua. A memória se virtualiza. A inteligência se torna coletiva e artificial. Os softwares potencializam as capacidades cognitivas. O webdesign se adapta à gamification. Vivemos a era do postar, do curtir e do compartilhar. Os grandes veículos de comunicação cedem audiência aos bloggers e vloggers. No crescente profissionalismo dos amadores, busca-se visibilidade, popularidade e publicidade. A produção multimídia está ao acesso de todos. O hipertexto, o cinema, a rádio web, o livro digital, as comunidades virtuais, os portais e as páginas colaborativas. Tudo converge ao alcance dos prossumidores.

J.P.D.

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