terça-feira, 17 de setembro de 2013

Na Luz do Real


Na Grécia antiga, antes de Cristo, os filósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, discutiam questões filosóficas sobre o ser e estar no mundo. Muitos estudos foram registrados, sobreviveram a idade média, e integram até hoje as principais linhas de pesquisa das ciências sociais humanas. Um exemplo famoso é a alegoria do 'Mito da caverna', retratado no livro 'A república' de Platão. Um retrato da realidade, que apesar de milenar, continua atual.

O Mito da caverna conta a estória de homens que viviam enclausurados na escuridão e tudo o que conheciam se resumia às sombras do mundo exterior refletido nas paredes da caverna que abitavam. Um deles resolveu conhecer o mundo externo. Se deslumbrou com o mundo real. Com os olhos ofuscados pela luz, precisou se adaptar ao novo ambiente. Então, resolveu retornar e contar tudo o que viu aos demais; Que, ainda presos na escuridão, não conseguiam entender a realidade explanada.

O mito da caverna retrata a saída do homem da ignorância e consequente ingresso no mundo do conhecimento. Revela o fascínio com o novo saber. O período de adaptação à nova realidade. A vontade de trazer, à luz do conhecimento, os outros de sua espécie.

O preocupante é que ainda vivemos na era das cavernas, fascinados pelo mundo das imagens. Não mais de sombras refletidas em paredes. Mas sim, no mundo das telas. Da televisão, da internet, dos videogames e smartphones. Em um tempo em que homem virtualiza cada vez mais suas relações. E as imagens virtuais ganham importância frente ao mundo real.

Neste contexto, precisamos reinventar a libertação das sombras. Reaprender a interação face-a-face com as pessoas e com o ecossistema. Sem abster-se, é claro, da tecnologia. Mas recriando a forma como a utilizamos. Livres e libertos da dependência midiática. Com os pés no chão. E iluminados pela luz da realidade e do conhecimento verdadeiro.

J.P.D.

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