segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sobre a pluralidade


Frequentemente, me perguntaram por que estou solteiro, se conheço gurias legais com frequência. Primeiramente respondi que sou exigente. Dentre as exigências usuais há uma determinante. Além de beleza, respeito, educação, afinidade e parceria. 

É bem complexo. O fato é que cada pessoa nos vê de uma maneira diferente. Há quem nos veja como pai; Há quem nos veja como filho; Há quem nos veja de infinitas e distintas formas. 

O certo é que somos uma comunhão. Um híbrido do tudo e do nada. Em meu caso, se definir seria o oposto de preservar a própria identidade. Quando temos em nós uma essência plural. Somos a coexistência do certo e do contrário; Do bem e do mal; Do céu e do inferno.

A maioria das pessoas se define: Ou é amor; Ou é justo; Ou bom; Ou mau - Ou cavaleiro; Ou guerreiro; Ou animal - Ou compartilha a companhia dos anjos; Ou compartilha a companhia dos demônios. 

Porém, muito além dos humanos, somos espírito (assim no singular). Quando acreditamos e comungamos com as mais distintas manifestações divinas, viver só faz sentido se preservarmos a pluralidade. Ora estamos montados sobre si mesmos ou, digamos, a pé; Ora estamos levantando a terra nos ombros; Ora nos permitimos voar; Ora nos permitimos guerrear no solo. 

Há momentos em que somos mais animais; Há momentos em que somos mais racionais; Há momentos em que agimos com amor; Há momentos em que nos  impomos de outras formas; Seja pelo lado justo ou por um lado do confronto defensivo do território.

Neste contexto, estou solteiro, pois dificilmente encontrarei alguém que me veja assim. Este híbrido. Da forma como me amo, me sinto e me imponho. Quem me conhece há mais tempo, sabe. Costumo agir de formas distintas durante o dia. O fato é que temos, em nós mesmos, o amor, a ira e a vaidade. Formas distintas de pensar, sentir e agir.

J.P.D.

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