terça-feira, 31 de julho de 2012

Oportunidades e Ameaças no Ciberespaço


Enquanto pesquiso as redes sociais, seja através de referências bibliográficas ou da própria netnografia, sinto que cada vez mais que nos aproximamos da inteligência coletiva, crescem as dúvidas sobre os benefícios de todo este desenvolvimento tecnológico. Partindo das pesquisas já realizadas, e indo um pouco mais além, podemos perceber que nada sabemos sobre o que o futuro nos reserva.

Neste sentido, Douglas Rushkoff, em seu livro 'As 10 questões essenciais da era digital' nos revela alguns perigos que corremos em percorrer o caminho que estamos trilhando. O autor revela a importância de ensinarmos programação nas escolas no futuro. Conforme ele mesmo diz: 'programe seu futuro para não ser programado por ele'.

O que o autor quer dizer é que nós, prossumers e internautas em geral, utilizamos uma tecnologia pronta pra produzir e disponibilizar conteúdos multimídia aos nossos clientes, seguidores e demais consumidores. Contudo somos limitados pela tecnologia previamente desenvolvida. Aprendemos a utilizar o Windows, o Word e o Photoshop mas não aprendemos a criar nossos próprios programas. Contudo isto irá mudar em um futuro próximo.

Outras questões debatidas pelo autor mostram que de um lado as tecnologias são extensões de nossa capacidade de armazenamento de informações, de cálculos automatizados e compartilhamento de conteúdos, mas de outro lado tais atividades cerebrais correm o risco de entrar em desuso. Ao invés de acessarmos a memória e a lembrança, acessamos o Google, o Wikipédia ou o arquivo off line guardado em nosso pen drive.

Da mesma forma, cálculos deixam de ser realizados no papel  para serem automatizados pelas calculadoras HP. Como estudante de engenharia, entre 1998 e 2000, pude presenciar em parte esta transformação. A mentalização das fórmulas dos algoritmos, derivadas e integrais foi sendo substituída pelo cálculo automático de super calculadoras de bolso.

Assim sendo nos perguntamos quais habilidades estamos desenvolvendo. E quais habilidades correm o risco de terem o desenvolvimento prejudicado. Oportunidades e ameaças que convivem com forças e fragilidades. Aproveitá-las da melhor forma é o desafio. Neste sentido precisamos estar atentos não só ao desenvolvimento tecnológico, mas ao desenvolvimento das habilidades humanas. Sabemos que provemos de variados tipos de inteligência. A maior parte delas ainda desconhecida. Precisamos equilibrar o desenvolvimento das faculdades mentais ao mesmo tempo em que delegamos funções às máquinas.

De fato são caminhos distintos, mas que se complementam. O desafio é ter a capacidade de incluir a extensões digitais e ao mesmo tempo preservar as capacidades analógicas e mentais de raciocínio e ação. Assim como os estudos requerem pesquisas bibliográficas e pesquisas de campo, precisamos entender das máquinas e programas, mas sobretudo, precisamos entender as pessoas.


J.P.D.

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