sexta-feira, 1 de março de 2013

A religião como politica social


Durante todo o percurso da existência me deparo, de tempos em tempos, com crenças e filosofias religiosas. Tenho percebido que, independente da versão que cada uma das religiões dá em relação ao caminho divino e sobre como devemos proceder a fim de comungar com o poder superior, todas elas funcionam como fator motivacional na caminhada dos indivíduos. 

Freud, o pai da psicanálise, buscou através de conceitos, como aqueles que versam sobre a existência do id, ego e superego, formatar uma versão psicanalítica da religião como influenciadora do inconsciente e do subconsciente. A psicanálise, assim como a religião, segundo Freud possibilita a libertação dos fantasmas que influenciam as escolhas humanas. 

Seguindo esta linha de raciocínio, podemos dizer que a religião, ao tentar conceituar aquilo que não tem explicação científica, tenta aliviar os anseios humanos em relação às reflexões existenciais frequentemente vividas por nós. Sobre qual é a real origem do universo e do homem; Qual a verdadeira missão de cada um; E sobre a formatação da imagem que devemos ter em relação ao ser supremo. Aquele que está à cima de tudo e todos comandando o universo.

A grande maioria das religiões tenta também apoiar o desenvolvimento de virtudes e valores morais. Trazer motivação e esperança em relação ao futuro. Dando um sentido ao viver. Atuando como fator terapêutico à medida que ampara as inquietações humanas. Estimulando a permanência dos indivíduos em um caminho reto. Influenciando, a sociedade, de forma política.

Desta forma as religiões ganham força entre os homens. Ajudam de algum modo a construir o caráter. De outra forma, as religiões garantem uma espécie de controle social. E uma contenção de instintos. Amparando o homem frente às questões que o inquieta. Enfim, as religiões tem um papel regulador, motivacional e de sustentação dos princípios virtuosos percebidos pelo próprio homem. Atuando assim como uma forma de política social. Onde o próprio homem busca, durante toda a existência, 'religar-se' ao que ele próprio tem como sendo o ser supremo.

J.P.D.

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