quarta-feira, 29 de maio de 2013

Direito autoral e apropriação de conteúdo


Com as facilidades de publicar, compartilhar e consumir conteúdo na web, cresce a apropriação de conteúdos. Hoje, mas do que nunca, temos acesso a todo tipo de conteúdo multimídia. Textos de autores dos quatro cantos do planeta, assim como fotos, áudio e vídeos. Neste contexto nos perguntamos se este ato é, ou não, ético. E qual o preço desta apropriação.

Na bíblia judaico-cristã surge a criação como uma obra divina. E, nesta criação, Deus criou o homem a sua imagem e semelhança. Ou seja, supomos que todo homem, semelhante a Deus, seja também criador. Ou pelo menos criativo.

O fato é que nem todos tem facilidade de criar uma ideia ou conceito partindo do zero ou de si mesmos. E neste contexto acreditam que seria mais fácil utilizar conceitos e ideias já existentes. O certo é que não há nada errado em utilizar as boas ideias. Mas também é indiscutível que criativo é aquele que faz da própria vivência, ou observação, a matéria de suas criações. De outro modo teríamos que dizer amém a Lavoisier num contexto onde tudo o que conhecemos como criação seria nada mais do que uma mera transformação do que já existe.

De algum modo, partir de referencias conhecidas, e utilizar as mesmas fontes que a grande maioria dos magos e mestres utilizam, acarreta o erro clássico que nos leva a produzir cada vez mais do mesmo. De outro lado, a criação daqueles que partem das próprias experiências é o que traz a inovação. Não quer dizer que a inovação não possa partir de algo que já existe, mas sim que precisa basear-se em algo que ainda não foi pensado por ninguém.

Mesmo assim sabemos que a apropriação de ideias, pautas e conteúdos continuará ocorrendo nas mídias sociais. Até mesmo nós blogueiros somos vítimas de plágio. Porém, nos orgulhamos quando somos citados e temos nossos textos utilizados como referência em outros trabalhos. Assim como também utilizamos outros conteúdos na construção de nossas produções. Se já não há como fugir da apropriação de conteúdos, resta-nos ser o mais ético possível e ter em mente que, diante do céu e da terra, o criador indiscutível seguirá sendo aquele que dá inicio a ideia ou discussão.


J.P.D.

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