quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O compartilhamento midiático do cotidiano na Idade Mídia I


A partir do desenvolvimento tecnológico e do ingresso do homem na Idade Mídia, surgem novas perspectivas sociológicas sobre a realidade na esfera midiática. A interação mediada, a visibilidade anabolizada, o interesse pela vida privada dos indivíduos comuns, a comercialização das histórias pessoais e intimidades a partir de um contexto de telerealidade. Estamos na vitrine e somos monitorados a todo instante.

Os programas de Reallity Shows são um exemplo claro da discussão a que se propõem alguns filósofos pós-modernos. A transformação da vida íntima em produto a ser comercializado e consumido pela grande massa. Estamos todos de olho na televisão e nos sites de relacionamento.

Os programas de auditório assim como os telejornais mais impessoais (com ênfase aos programas policiais) revelam um mundo cada vez mais próximo do real. De algum modo, o mundo televisionado se distancia um pouco da realidade pelo fato de que o comportamento humano tende a mudar quando se está na frente das câmeras. Mesmo quando se tratam de câmeras escondidas, como no caso  de programas como o Big Brother, por exemplo.

Programas desse tipo se aproximam de uma representação mais fidedigna da realidade. Podemos citar outros exemplos tais como Fama, Idolos, The voice, No limite, A fazenda, Casa dos artistas, entre outros. Todos eles têm como objetivo principal aproximar o público da realidade a partir da exposição das intimidades dos participantes.

Os participantes destes programas expõem suas emoções diante das câmeras. E quando esquecem da presença delas, agem de forma natural. Isso faz com que o público se identifique com os personagens e protagonistas destas programações.

Neste contexto, criam-se laços cada vez mais racionais entre os indivíduos e a sociedade. A sociedade se vê nas telenovelas, nos telejornais, nos programas de entrevistas e nos mais distintos formatos televisivos. Um verdadeiro show protagonizado por pessoas comuns. Seja a partir da representação feita por atores, ou pela atuação de personagens reais.

Neste mesmo contexto emergem as narrativas virtuais na web. As homepages, os blogs, os álbuns digitais de fotografia e os canais de vídeo, retratam com mais clareza a sociedade real. Assim como a televisão, a internet entra na casa das pessoas da mesma forma que as pessoas entram na internet. Hoje é comum compartilhar a vida privada em sites de redes sociais. Assim como curtir o que é compartilhado por outras pessoas.

Vivemos a era do curtir e do compartilhar. Tudo pode ser curtido e compartilhado. Basta ter acesso a um computador ou smartphone conectado à internet. E pronto. Fotos, vídeos e textos ganham o mundo e ficando disponíveis ao acesso da grande massa.

A massa costuma se identificar com aqueles os quais são vistos como semelhantes. Sendo que na sociedade atual, cada indivíduo tem uma especialização, nos identificamos com os quais tem algo em comum. Seja a profissão, o gosto musical, o time de futebol, uma ideologia, costume, preferência ou moda.

Os relacionamentos, cada vez mais virtualizados, agora se dão a partir da mediação tecnológica. Não somente entre a pessoas mas também entre as pessoas e a sociedade. Entre o consumidor e o mercado. Em relação aos produtos, a arte, às ideologias políticas e todo tipo de interesse.

Emerge nesta nova sociedade uma consciência individual. Juntamente de uma consciência coletiva. Sendo que ambas se retroalimentam entre si. De algum modo percebemos o peso do social sobre o indivíduo, ao mesmo tempo em que percebemos a resistência e adaptação do indivíduo à nova sociedade.

Parafraseando Durkein, poderiamos ainda afirmar que ‘a sociedade tem maior importância que a soma dos indivíduos’. Contudo é composta por eles. De toda forma há uma necessidade e de compreensão entre o indivíduo e o social. O fato é que o social sempre interfere de algum modo nas atividades e modos de pensar do indivíduo.

J.P.D.

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