sábado, 9 de novembro de 2013

Tecnologia Viciante


Mudando de assunto, e fugindo um pouco da abordagem de temas mais acadêmicos (até porque este blog também é uma narrativa pessoal e autobiográfica), toquemos em um assunto cotidiano de uma forma mais coloquial. A Internet vicia e causa séria dependência. Mesmo com todas as vantagens da tecnologia é necessário encontrar atividades alternativas pra fugir um pouco da rotina eletrônica.

No meu tempo de guri, peguei toda a evolução inicial dos games. Desde o Telejogo, Odissey, Atari, CP 400, Nintendo, Master System, MSX, Mega drive, Super Nintendo, Neo Geo, Nintendo 64 e Playstation I. Durante alguns anos, me afastei temporariamente do mundo dos videogames devido a uma forte atração pela boemia noturna. Montei uma banda de garagem, fazíamos ensaios em estúdio (na total loucura) e esquecíamos anestesiadamente dos compromissos sociais.

Após uns doze anos de abstinência dos consoles, resolvi reingressar no mundo dos games, no qual fui criado. Em tempos de Playstation IV, resolvi adquirir um Playstation II, na tentativa de buscar a evolução dos consoles que havia deixado pra trás. Nintendo Wi e X-box foram alguns dos consoles que ficaram no caminho após meu envolvimento profundo com o rock'n roll life style. Tempos de piercing, tatuagens e longos cabelos. Posso ainda acrescentar estilo Metal-Grunge-Blues-man. Uma época em que andava com a harmônica no bolso, vestindo camisetas Megaforce, boné dos Yankees, calça Overdose, jaqueta James Jean  e Nike Force.

O certo é que boa parte dos caras de minha geração viveram estas duas fases. E até hoje vivem ao menos uma delas. Chega uma hora em que o interesse pela roda punk e pelo compartilhamento do esterco embalado em Colomy e Pure Hemp (momento também conhecido como reunião da fumaça) compete diretamente com o Joystick, o Mouse e o Keyboard

Apesar de ter me afastado temporariamente dos consoles tradicionais de videogame, me mantive ligado aos games através do computador. Desde o Prince of Persia ao Second Life, foram horas e horas jogando o 'jogo da cobrinha' no celular. Lembra dele? - Sem contar com Age of Empires e toda a sequência que veio depois.

O que quero dizer com tudo isso é que minha geração, e as que vieram depois dela (mais ainda), se tornou viciada em tecnologia. A gurizada de hoje foi concebida via upload, passaa gestação se alimentando via streamming, pra nascer a partir de um donwload e receber a herança do mundo via broadcasting.

A loucura maior é que agora, além dos velhos conhecidos games, nos viciamos em mídias sociais, aplicativos móveis, redes de compartilhamento e muito mais. Apesar de ser preocupante, este ainda é um vício aparentemente mais saudável do que o herdado da geração Hippie-Punk dos anos sessenta e setenta De toda forma, as duas formas de socialização, inclusão e exclusão, convivem nos dias atuais. O segredo entre tantas tentações é manter o controle em um processo de desenvolvimento da maturidade. Contudo,  'o que vem a ser a maturidade' é um assunto a ser debatido em outro momento.

J.P.D.

Nenhum comentário:

Postar um comentário