quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Teorias da Comunicação


Durante décadas percebemos os esforços dos pesquisadores em comunicação, assim como estudiosos da sociologia, antropologia e outras áreas das ciências humanas, em buscar o entendimento a cerca dos fenômenos ocorridos no processo comunicacional.

Muito antes da Escola de Frankfurt, a importância dos meios de comunicação de massa já era avaliada pelos olhos atentos dos cientistas da comunicação. Hoje, mais do que nunca, o entendimento das teorias da comunicação ganha importância dimensionada no contexto em que vivemos. Ainda chegamos a perguntar, em algum momento, se existem teorias ou uma única teoria. A resposta é clara e evidente. Existem teorias imersa na grande ‘teoria da comunicação’.

O certo é que nos interessa o entendimento sobre os fenômenos e efeitos do processo comunicacional. De toda forma precisamos ir além das perguntas propostas no modelo de Lasswell ‘Quem? Diz o quê? A quem? Em qual canal? Com que efeito?’. Precisamos entender como é construída a mensagem. Como são adquiridas as informações. Como podemos transcender tudo aquilo que já conhecemos. E este é apenas o começo.

De algum modo somos influenciados pelos fenômenos estudados pelos pesquisadores da comunicação. As teorias são vivenciadas na prática da interação. Ainda mais hoje em dia, em um mundo de apropriações, compartilhamentos e construção coletiva.

Os efeitos da Agenda Setting podem ser percebidos a olho nu e à distância. Percebemos a influência dos meios de comunicação na construção das pautas de nossas conversações. Até mesmo as conversas das mesas de bar são influenciados pelo que assistimos na televisão, ouvimos no rádio ou acessamos nas mídias sociais.

Da mesma forma, percebemos o controle da informação. O Gatekeeping segue limitando a liberdade de expressão. Até mesmo na internet, onde a comunicação seria aparentemente livre de censura. Sites como Facebook e YouTube controlam o que é postado, excluindo conteúdos e punindo internautas quando algum conteúdo ‘impróprio’ é compartilhado. Entretanto, o ‘o que é ou não impróprio’ parte de uma definição dos próprios sites e portais.

A manipulação da mídia é observada em cada dispositivo. Nas campanhas políticas. Na publicidade de produtos. No marketing pessoal das celebridades. Os grandes veículos de comunicação detém o poder de elevar ou derrubar a imagem de quem quer que seja. Marca, ideologia ou personalidade.

E nesse processo comunicacional todos nós participamos. Uns de maneira passiva. Outros de maneira mais ativa. Contudo, vivemos um período de transformação. Partimos de um momento de comunicação de poucos para muitos, a um momento de comunicação de muitos para muitos.

A internet, e sobretudo as mídias sociais, surgem como o principal palco desta transformação. E a indústria cultural já percebeu na internet um grande mercado. O mercado multimídia do hipertexto e do audiovisual. Da mesma forma como encontra-se nos internautas os novos produtores do conhecimento.

Apesar da grande maioria dos internautas serem consumidores e compartilhadores, o número de internautas que produz o próprio conteúdo cresce a cada dia. Textos, fotos e vídeos de autoria própria abastecem os usuários com informações de todo grau e gênero.

Com a popularização do rádio e da televisão no século vinte, a popularização da internet na virada do milénio e dos dispositivos móveis nesta segunda década, percebemos o crescimento vertiginoso no uso das tecnologias com fim de mediação da comunicação. E juntamente com o crescimento do uso, cresce também a necessidade de entender como tais tecnologias funcionam. E como tais fenômenos acontecem.

Neste contexto, vale observar que as teorias da comunicação ajudam a entender este processo entre emissor e receptor, em que a troca de mensagens, assim como feedbacks, a partir de um meio ou canal, sofrendo a interferência do ruído, vem sendo redesenhado com o tempo. E ainda há muito a ser desenvolvido em uma superação evolutiva constante. Este é apenas o começo.

J.P.D.

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