sábado, 2 de agosto de 2014

Cosmopensante



De todas as pesquisas que realizo, o objeto de estudo mais interessante sou eu mesmo. Através da convivência cotidiana, vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, em função de mim, a cada dia me surpreendo com o que descubro sobre o próprio ser. Uma das particularidades que me fascinam é o que chamo de diálogo intrapessoal. O que é complexo e pode causar a loucura. Contudo, se torna uma ferramenta espetacular de desenvolvimento pessoal, quando utilizada de forma consciente e prudente.

Conversar consigo mesmo, em voz alta, pode parecer loucura aos olhos dos outros. Mas, pra mim, tem sido uma forma de orientar a mim mesmo durante o dia. A diferença básica entre um monólogo e um diálogo intrapessoal é que, no monólogo, é quando a pessoa fala sozinha, interpretando personagens. Enquanto,  em uma visão cosmopensante, o diálogo intrapessoal é composto pela conversação dos diferentes 'eus' que compõem o ser complexo.

É como se colocássemos pra conversar os diferentes 'eus' que vivem conosco, compondo o ser que somos. Fazer este exercício em voz alta, apesar de ser uma forma de loucura aparente, é uma forma de fazer ouvir os entes da consciência psicológica ou os seres espirituais, do céu e da terra. No espiritismo, chama-se de doutrina ou desobsessão. Porém, essa forma de diálogo direcionado ao caminho evolutivo só funciona se o próprio ser conquista o domínio sobre si mesmo.

Na psicologia ou no espiritismo, a conversação, imaginária ou real, entre os seres metafísicos, é um modo de pensar de formas diferentes sobre o mesmo assunto. Como se sentássemos na mesa do café, pra conversar, nós, os 'eus' que pensam de forma diferente.  O eu que é a favor de estudar após o almoço; O eu que acredita ser necessário malhar antes, pra estar mais tranquilo na hora do estudo; O eu que sente a necessidade de adiantar os trabalhos neste horário; O eu que lembra de ter de ir ao banco pra acertas as contas; etc.

A diferença do diálogo cosmopensante é que o indivíduo acredita e percebe a presença de vários 'eus' compondo o ser.  Ao invés de reduzir-se a um único eu. Apesar deste exercício poder ser feito em silêncio, dentro do pensamento, a vantagem de falar em voz alta, aos olhos do espiritismo, é uma forma de fazer com que os espíritos presentes possam ouvi e, quem sabe, também falar. Além de ser uma excelente forma de conhecer a si mesmo, é a forma ideal de reconciliar forças opostas e desenvolver uma espécie de comunhão total.

J.P.D.

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