terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Toda forma de amor


Durante eras o homem vem tentando explicar o amor. Os gregos chegaram a conceituar diferentes formas de amor. Ágape, Eros e Philos, são algumas destas formas. Enquanto Eros é o lado consciente do amor, estimulado pela atração física e sexual; Philos é o lado fraterno, que busca a igualdade e o mútuo benefício; Já, Ágape é o lado espiritual isento de conotações sexuais. O fato é que precisamos, conforme os gregos, desenvolver os três tipos de amor para que possamos viver em harmonia.

Apesar de ser algo bom, em síntese, o amor pode ser também doentio. Muito além dos complexos de Édipo e Electra. Ou do amor Platônico. Pode ser possessivo, dominador e individualista. O individualismo se coloca como um obstáculo ao romantismo. De outra forma, conduz os relacionamentos, como o casamento, por exemplo, aos fins materialistas. Do amor proletário ao amor burguês. Do amor por correspondência ao sexo virtual.

Notamos que, como o desenvolvimento da sociedade capitalista de consumo, aliada ao feminismo e à liberdade sexual, os relacionamentos amorosos se tornaram um objeto de desejo. Um produto ao nosso consumo; Ao nosso deleite; Ao nosso prazer. Contudo, a correria das grandes cidades e a consequente falta de tempo, aliadas à virtualização da relações, iniciou um processo de configuração de relações superficiais, sem fins reprodutivos e com interesse voltado exclusivamente ao prazer.

É certo que, sobrevivem ao século XXI, aqueles que ainda acreditam e investem nas relações amorosas formatadas nos moldes do romantismo clássico. Da mesma forma, continuam fortes outras formas de amor, como o caso do amor materno, incondicional e exigente, das mães pelos filhos. Do mesmo modo, sobrevive, o amor ao ser supremo, em forma de devoção. Aliás, o cristianismo, por exemplo, foi construído em cima da ideia do amor.

Mas o que assusta mesmo, é o que encontramos em muitos sites de relacionamento da internet. Nos próprios perfis de usuários, percebemos, em grande escala, um número avassalador de pessoas buscando o que chamam de 'encontro casual' ou, simplesmente, sexo sem compromisso. Isso nos prova que o amor, e o romantismo, respiram com dificuldade. Mesmo quando ainda existem milhões de românticos e apaixonados entre nós.

O casamento, como interesse humano, desdobra-se em diferentes intenções. Uma delas continua sendo o amor, baseado nas afinidades e nos bons sentimentos interpessoais conjugais. A outra se apoia no companheirismo como alternativa ao fim da solidão. E ainda há o casamento como contrato social na busca da escalada profissional no mundo capitalista. Uma forma de contrato de cooperação mútua na busca de benefícios materiais e satisfação sexual.

Mesmo diante de tanta diversidade, no que diz respeito as formas de amar e desejar o par ideal, muitas pessoas (solteiros e solteiras) utilizam parte de seu tempo idealizando ou buscando um relacionamento interativo. De outro modo, o indivíduo do terceiro milênio se mostra mais individualista e despreocupado com os relacionamentos. De certa forma, independente da interação interpessoal. Encontrando o amor em outras coias, como a profissão, o esporte, os hobbies, etc. O certo é que amar é um sentimento que gera outros sentimentos bons. Mesmo quando se trata de amar o que somos, o que temos e o que fazemos. O amor próprio é imprescindível a toda forma de amor. Só podemos amar algo ou alguém, se amarmos, em primeiro lugar, a nós mesmos.

J.P.D.

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