sábado, 8 de maio de 2021

O que a gente é


COMO NOS TORNAMOS UM SÓ

Aos 7 anos meu pai (que era um caboclo, irmão cavaleiro maçom, e trabalhou o Bah) deu-me um tabaco branco, em mãos, para continuar o seu legado. Desde os 14 anos fumei baseado com o Beh. Eventualmente fumava o branco em Bah. Em vinte anos, recebi dez vezes o Bah (Megê, Beira mar, 7 Ondas, 7 espadas, D'Lei, D'Ronda, etc.). Como filho, tornando-me pai (medium que trabalha o orixá). Dez vezes, entre os 23 e os 41, completei o trabalho na semana anterior ao Natal. Mas isto acabou. Dos dez Bahs, um híbrido originou algo diferente. Pois este Beh Pai, diferente dos filhos Beh, pediu-me para enterrar o baseado. O que está feito.

No caminho, há uns três anos, alguém deu-me um Gudang (tabaco de cravo que não se enquadra nos vermelhos tradicionais) no caboclo que trabalho nas sete encruzas. Embora tenha ajudado-me a cortar as entidades que sentam ou falam sozinhas enquanto fumam, estamos finalizando o trabalho. Pois o caboclo ensinou-me a fumar em pé sem responder. Trabalhando os Bahs sem senta-los. Bahs que ordenaram-me a cortar o álcool. O que venho fazendo a sete dias.

Mas o inimigo insistiu em perseguir-me. Oferecia-me entidades que nunca quis trabalhar. Chamados Zi Pai ou Zi filho. Estes foram encaminhados a quem trabalha para mim, nos vinte sete Estados, terreiros ligados. A verdade é que dos dez Bahs emergiu o Beh Pai que adotei, e adotou-me, junto ao Babá. Embora sustentado pela própria ancestral direta. Guias que protegem-me desde guri. Não mais o pai (Bah) no filho (Beh), junto ao Babá, mas irmão (que a gente é). Na própria Igreja que venho criando, somos um conosco.

Eparrey Ogunhê Axé

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