sábado, 1 de maio de 2021

Ensaios sobre o Novo Mundo



COM BREAK À CANNABIS DO FUTURO

Como faço para ser bilionário trabalhando duas horas ao dia? Alguém quer traduzir os meus livros? Ou encomendar uma nova obra?

Escrevo a bobagem que for preciso para salvar este mundo. Mas não ofereça-me outra cadeira, salvo imortal.

Boca do Inferno é testemunha!

CARRUAGEM DE DOGO 

Cortei a maconha quatro anos e meio. O pó, cinco anos invicto. Antes disto, vivia na casa do Pai João. Popular boteco do José. Batacaverna do Platão.

Eu deveria buscar o ca-peão do tabaco. Completar os vinte anos de tabagismo. Meu pai fumou quarenta e dois anos. A mãe dele, até os noventa. Antes do break, eram dezoito, agora são quase vinte e três (vinte e um ou vinte e dois).

Nunca entendi por que um cavalo vermelho fumante, corre quando não bebe. Nem quero saber. Incorporado, sob o branco das coxas, assumi a missão. Peixoto e Caxias sabem o porquê. 

Eu o chamo de Táta. Descendente do Rei de Leão. Pai do primeiro D'Ornellas. Ele não era tão abastado (nem tão católico ou espiritualizado), como alguns dos meus outros Tátas, quais recebo ao chimarrão. Mas corre como ninguém. Neste sangue, somos um só.

Passei três anos sem beber. Também bebi três anos twenty four seven. Eis que estou na encruza do cosmos. Há vários demônios pedindo adoção. Eles bebem, fumam e gostam de mulheres. Um apartamento de um quarto tornou-se pequeno a tantas falanges.

Aprendi com os caboclos Guaranis. Uma dose de vodka na cerveja, na quinta, melhora o teor alcoólico. Na segunda-feira pela manhã, uma dose na térmica do chimarrão e outra para sentar a erva. No sábado, uma dose no café com leite. 

Nicolau disse: "Aqui tem presente todo dia". Se beber, não dirija.

DOM É VIRTUDE 

A liberdade seria uma estátua à Isabel. Mas os franceses temiam que ela superasse Joana Dark. 

O progresso não se resume a estradas de ferro. Quem fabrica camisas de algodão, fabrica tudo? Oh camélias saltitantes. Sentaram na jaca, na Maria Fumaça.

Solano Lopes não era apenas um inimigo. Reis ingleses beberam tererê no pós-vida. A água esfriou; a indústria baixou. A velha substituição de importações salvaria esta terra.

Não precisa queimar Amazônia. Ou alguém irá tocar: "Cadê o toucinho daqui?". Expanda a agropecuária. Traga a nata dos intelectuais europeus. Uma guerra se aproxima.

Fazer carnaval ainda é melhor negócio que jogar bomba atômica. Privatize as universidades federais. Mantenha cotas ao pessoal carente. Construa cidades planejadas sobre as estruturas atuais.

O Contrato Social de Rousseau preve a inclusão. Requisito básico ao primeiro mundo. Afinal, em que mundo estamos?

Quando frequentei o Positivismo, aprendi isto: Ninguém é melhor que ninguém. Olhe os irmãos na altura dos olhos. Isto é igualdade. Fraternidade. Ordem ao progresso!

SÓCRATES NÃO SABIA LER 

Meus professores de mestrado sentiram vergonha. Orgulho-me desta etnografia.

Na chuva, molhei a mão. Transformei umbrelas em livros. Está escrito em cada poesia.

Fui corrido da esquina pelos vilheiros com faca. Disseram que aquele ponto era deles. Mas nunca os vi por ali.

Manda-chuva era meu avatar. Quando saía vender umbrelas, as nuvens despencavam do céu.

Também vendi Newsletters motivacionais de auto ajuda impressas no Xerox. Mouses, pendrives, antenas, pilhas e colas bonder no trem. Há um mascate dentro de mim.

A verdade é que certas coisas "não têm preço". Outras configuro como "não-venda".

Quanto ao "exu-estudo"; Verzeri me deu esta espada. O mundo é um laboratório; a vida, um estudo de campo.

SHALOM (PAZ)




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