segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O 'eu' saturado


Na obra ‘El yo saturado’, Gergen Kenneth aborda temas tais como a consciência individual e coletiva. Em um contexto onde a maturidade moral dos indivíduos tem papel decisivo na maneira como nos relacionamos com os demais. Trata da importância das novas tecnologias e da linguagem como delimitadoras e influenciadoras da construção do mundo.

Neste ambiente surgem os debates acadêmicos. Onde as novas tecnologias permitem manter relações diretas e indiretas com o conhecimento e entre os indivíduos. 

Keneth explica como os modernistas definem o ‘eu’ como dotado de raciocínio próprio. Inserido em um novo espaço de interação. Imerso em uma pluralidade de vozes. Diálogos interativos e produções colaborativas. O mesmo espaço onde emerge a inteligência coletiva.

Historiadores e antropólogos manifestam profundo interesse na concepção que tem sobre as pessoas. As pessoas são dotadas de distintas emoções e diferentes capacidades de racionamento. O mundo inteiro está agora preocupado coma saúde mental do homem.

Os homens são dotados da capacidade de discernir sobre a verdade e decidir a ação apropriada. Neste sentido de reflexão existencialista, os românticos conceberam a alma como um habitante nodal do interior oculto. Da mesma forma que o amor, a amizade também é vista como uma questão espiritual.

No entanto, Freud pressupôs que a principal força impulsionadora da conduta estava situada mais além do alcance da consciência. O êxito da consciência dependia das faculdades de observação sistemáticas e de um racionamento rigoroso. Já Russel, coloca uma matemática do comportamento humano tão preciso como a matemática das máquinas.

Assim sendo, a cultura ocidental narra a si mesma tornando-se compreensível. Cultura esta que pensou na sucessão da espécie pelo pós-humano. De algum modo a ciência tomou-se pelo desejo de buscar a verdade. Assim como, soluções aos problemas humanos.

Os homens intensificaram as idealizações de máquinas e sociedades utópicas. A visão modernista se introduziu nos rincões da vida cultural. Enquanto a psicologia se encarregou de tentar explicar e definir o ‘eu’ básico. A partir da compreensão, buscou-se então trabalhar a aceitação do ‘eu’. Este seria  o início de uma conduta racional.

De toda forma, o ambiente sempre influenciou na produção das personalidades. Tornou-se impossível fugir de uma colonização do ser pela saturação social.

A partir do conceito de cidadania global, os indivíduos se introduzem como cidadãos atuantes em todo mundo. Contudo sofremos cada vez mais com a dependência mediada. De algum modo a tecnologia é facilitadora das atividades humanas, fruto e geradora de progresso.

Novas companhias surgem, atuando de maneira conjunta com governos e instituições de ensino. Emerge a multiplicidade de relações, excepcionalmente mediadas, em todo o mundo. Facilitadas pela tecnologia móvel, ubíqua e onipresente.

As afinidades entre indivíduos também são formalizadas de acordo com as tecnologias que utilizam. A televisão, assim como a internet e as tecnologias móveis, possibilitam múltiplas relações entre os homens. Surge com a tecnologia, maiores oportunidades nas relações interpessoais. Maiores oportunidades de interação. E estas são apenas algumas considerações em meio a filosofia de Kenneth.

J.P.D.

Pra saber mais, leia 'El yo saturado' de Gergen J. Kenneth

Um comentário:

  1. Apesar do título da obra de Kenneth remeter à ideia de saturação, minha visão pessoal concebe um 'eu' capaz de recriação constante, expansão infinita e ilimitada...

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