sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Brasiliano


Ao chegar em Salvador (Bahia) pra passar o fim de semana, fiz um procedimento usual sempre que viajo sozinho a lugares pouco desbravados ou desconhecidos. Entrei em redes virtuais de interação local a fim de fazer novas amizades.

Em uma conversa online com uma baiana (linda morena), convidei-a para jantá-la. Digo; Convidei-a para jantar. Com 99,9% de chances de capotar e dormir solito no hotel, foi exatamente o que acabei fazendo. Contudo, dormi refletindo sobre a conversa online.

Na conversa com a jovem baiana, a moça (ao recusar meu convite) fez uso da seguinte expressão: 'Estou de maré'. No mesmo momento lhe perguntei: 'Maré! Como assim? O que quer dizer?'. Ela me explicou que esta era uma expressão a qual queria dizer que ela estava entediada, jogada no sofá, vegetando e a fim de vegetar.

A partir desta situação refleti sobre a multiplicidade linguística em nosso país. Mesmo tendo uma língua oficial, as gírias locais e os sotaques regionais fazem do portugês brasileiro uma língua distinta do português originário.

Na manhã desta sexta tive um exemplo de reconhecimento de marca regional. Fui reconhecido 'de longe' no mercado e chamado de gaúcho pelo simples fato de usar (propositalmente como experimento empírico e em nome da pesquisa científica) o pronome de tratamento 'Tchê'. O que era de se esperar (A hipótese foi confirmada). Estes são alguns dos milhares de exemplos os quais me dizem que temos mais do que variáveis regionais ou um quase-dialeto. Temos uma língua própria em nosso país.

J.P.D.

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