sexta-feira, 11 de maio de 2012

Loucas grafias e personalidades complexas


Esta semana fui tomar par do resultado de um processo seletivo de que participei, no qual a nota da prova que fiz não fora publicada... Todas as notas foram. Tanto dos aprovados quanto dos reprovados. Como fiz a prova, fui no órgão responsável saber o que houve. Pois havia estudado a bibliografia requerida, as referências de cada referência, as linhas de pensamento, os objetos de estudo dos mestres, as preferências da banca e algo mais. Ou seja... Acredito que estava preparado. 

Chegando na secretaria da instituição, expliquei meu caso e perguntei se era por causa de minha grafia. Uma letra que apesar de legível foge um pouco dos padrões. Ou seja, revela uma personalidade um tanto complexa. Uma mistura de letras cursivas com letras separadas. Títulos em caixa alta. Enfim... totalmente louco... Mas um louco consciente. O que o rock dos anos oitenta chamaria de maluco beleza. Só que mais pra Paulo Coelho do que pra Raul Seixas. 

Cheguei a fazer uma comparação. Citei para a moça da secretaria que Einstein, Isak Newton e Charles Darwin tinham letras fora do padrão da legibilidade. Nada esbeltas... E muito loucas... Refletindo também a complexidade de suas respectivas personalidades.

No mesmo momento me desculpei.   E comentei. 'Não que eu queira me comparar com estes gênios da humanidade. Apesar de encontrar inspiração neles'. E algumas particularidades as quais me identifico. Como os relacionamentos conturbados. Comportamentos polêmicos mesclando crítica anti-social com a cordialidade e a polidez.

Lembrei-me na ocasião dos poetas do mal do século. Ao mesmo tempo socializados e românticos. Mas de outro lado, boêmios e autodestrutivos. Mas voltando ao assunto...

No fim das contas descobri que o meu erro foi ter assinado a prova. Em tal processo seletivo não poderia me identificar. E sim apenas colocar o número de inscrição na resposta dissertada. 

Bom, apesar de ter que procrastinar este próximo passo importantíssimo para o meu trabalho, considero não ter sido nada perdido. Pois cada tentativa requer uma consequente preparação. E em cada preparação me aproximo mais de sentir-me preparado. Salvem as personalidades complexas transcritas em loucas grafias. Salvem os poetas do mal do século. Salve a ciência e a poesia.

J.P.D.


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